Foram iniciados, junto ao estado da Califórnia, mediante ordem de Donald Trump, os preparativos para a construção de um enorme muro entre os Estados Unidos e o México. A barreira de concreto servirá para impedir a locomoção de pessoas entre os dois países. De acordo com site espanhol, El País, trata-se de um “muro da vergonha”, pois evidencia que os mexicanos não são bem-vindos no país norte-americano.
Ao redor do mundo há exemplos dessa segregação odiosa entre povos vizinhos, como o Muro de Berlim, construído pelos stalinistas, e o Muro da Cisjordânia, sendo este construído por Israel para impedir a locomoção de palestinos. Com essa medida concreta, Trump acena para os mexicanos não tentarem adentrar em solo ianque, especialmente a classe trabalhadora e mais pobre do México.
Em que pese ser uma obra eminentemente discriminatória entre povos vizinhos, o presidente mexicano, López Obrador, já mandou recado de que não brigará com Trump, apesar de se dizer, paradoxalmente, contra a construção. Ou seja é contra mas não fará nada.
A afirmação de Obrador contradiz o seu suposto perfil progressista, cuja vitória eleitoral foi aclamada por diversos setores da esquerda, inclusive, a brasileira. Se o presidente mexicano vem a público amenizar o papel vergonhoso da obra, bem como o seu executor (Trump), é porque existe algum compromisso nada progressista entre eles, ou demonstra a covardia de denunciar a barbárie.
À primeira vista, devemos denunciar a posição conservadora adotada por López Obrador, que desconectado com o anseio popular, mantém o governo mexicano numa posição neutra em relação ao péssimo sinal emitido pelo governo norte-americano. Se o atual presidente mexicano conseguiu ser eleito diante de uma crise interna no seu país, essa atitude de subserviência emite um péssimo sinal para futuras expectativas populares.