Em um dia, duas negativas no STF e um espetáculo da direita: só a mobilização pode impedir a fraude contra Lula e o povo

A tradicional lerdeza do judiciário, não existe quando se trata de dar continuidade aos processos arbitrários e de perseguição contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, único candidato com real apoio popular, com apoio de mais de 60 milhões de intenções de votos, de acordo com as pesquisas contratadas, realizadas e divulgadas pelos monopólios capitalistas que apoiaram o golpe de Estado e apoiam os candidatos golpistas.

Em menos de 12 horas, na véspera de um feriado, e no mesmo dia em que o País assistiu a uma verdadeiro espetáculo da divulgação de um suposto atentado contra o candidato direitista, Jair Bolsonaro, dois ministros golpistas do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitaram recursos da defesa de Lula. Assim, mais uma vez a maior liderança popular do País foi – mais uma vez – atacado e violado em seus direitos, mas a “vitima” do dia, foi o candidato que defendeu dias atras “metralhar os petralhas” e que teria sido atingido por uma faca que teria provocado “ferimentos” sem deixar à mostra uma só gota de sangue.

Na manhã dessa quinta (dia 6), um pedido cautelar da defesa, apresentado pela via penal contra a condenação de Lula a doze anos e um mês de prisão, no qual se pedia a suspensão da inelegibilidade de Lula, negado pelo ministro Edson Fachin; o mesmo que no espetáculo de horrores realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última sexta-feira, protagonizou um voto isolado parcialmente contra a cassação de Lula (favorável à sua elegibilidade). À tarde, o ministro Celso de Mello, rejeitou  cautelar que visava permitir que Lula mantivesse sua campanha enquanto é analisado um recurso extraordinário apresentado contra a rejeição do registro do ex-presidente como candidato pelo TSE.

Em jogo articulado, a presidente do TSE, Rosa Weber, deu três dias de prazo para os dezesseis autores de impugnações contra Lula se manifestarem, ante ao recurso apresentado pela defesa, o que deve acarretar que o juízo de admissibilidade do pedido de recurso junto ao STF, seja definido bem próximo de 10 dias estabelecido pelos golpistas do TSE para que a coligação O Povo Feliz de Novo (PT, PCdoB e Pros) substitua a candidatura de Lula (no próximo dia 11). Celso de Mello, usou a situação para negar o pedido de liminar da defesa de Lula, alegando que era “totalmente prematura a formulação perante o Supremo Tribunal Federal”, pois – segundo ele – “a avaliação da presidente do TSE se o pedido cabe ou não antecede a análise do caso pelo Supremo“.

Completando a operação golpista, sites direitistas divulgaram no final da tarde que o comandante do Exército, general Villas Bôas, teria convocado uma reunião de emergência do Alto Comando – que reúne 16 generais quatro estrelas – sob a alegação de que o suposto atentado a Bolsonaro, mostraria que a “a situação do país piorou“.

O vice golpista da chapa de Bolsonaro, o general Antonio Hamilton Mourão, por sua vez, acusou o PT pelo suposto atentado, afirmando “eu não acho, eu tenho certeza: o autor do atentado é do PT“, e ameaçando: “se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós”.

Longe de se tratar de um problema eleitoral, o que temos aqui é toda uma operação criminosa, conjugada, do judiciário, dos monopólios da imprensa, dos partidos da direita, das Forças Armadas, das organizações empresariais e demais setores golpistas, submissos aos ditâmes do imperialismo norte-americano.

Aproxima-se a data prevista para as eleições e a direita precisa consumar a nova etapa do golpe, fraudar o processo eleitoral, realizando as eleições sem a participação do candidato apoiado pela maioria do eleitorado e com os principais candidatos dos maiores partidos da burguesia golpista totalmente rejeitados pela imensa maioria da população, assim como o governo e todo o regime golpista que eles ajudaram a erguer com a derrubada de Dilma.

Mais do que nunca defender Lula, lutar por sua liberdade e por sua candidatura, é lutar contra o golpe. Ceder às pressões da direita para substituir a candidatura de Lula é endossar a fraude que estão preparando e que já estão realizando.

Capitular diante da pressão da direita é semear a ilusão de que, sem Lula, e se submetendo à toda a operação farsesca morada pela direita poderá haver qualquer possibilidade de vitória da esquerda e dos trabalhadores nas eleições, quando os sinais em contrário são gritantes.

O caminho para derrotar esta fraude, não é dos tribunais (mesmo que todos os recursos devam ser usados). A direita já mostrou que o golpe só pode ser derrotado por meio de uma mobilização revolucionária das massas.

É hora da esquerda e de das organizações dos explorados de luta contra o golpe convocarem uma ampla mobilização, uma nova Marcha, de 100 mil, para ocupar Brasília, e colocar em movimento a única pressão que a direita entende, a pressão das ruas, da mobilizações dos trabalhadores e das suas organizações  contra o regime golpista.

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