A extrema-direita que é contra a intervenção estatal na economia, tem usado a desculpa esfarrapada de “defender a vida”, para retroceder com a luta que é um direito da mulher e essa pauta tem sido um trampolim para essa turma, para que seja dado continuidade no desmonte de todos os direitos da população.
O aborto é um carro-chefe do programa da extrema-direita e instrumento para que seja atingido determinados setores populares. Como exemplo, temos as igrejas que são contrárias ao aborto – um grande sítio eleitoral – e tornam essa política em primeiro plano e de extrema relevância para a extrema-direita.
Pegaram um caso de uma menina de 10 anos de idade, que há anos sofria com estupro e teve que passar pelo procedimento de aborto por consequência dos abusos e, usaram isso para atacar a prática do aborto.
É importante entender que o caso que tomou repercussão nacional nos últimos dias, é totalmente justificável, não estamos falando de uma madame branca, moradora de Moema ou do Leblon, que simplesmente não deseja progredir com a sua gestação, mas o caso trata de uma criança, sem condições físicas, psicológica e social para ter outra criança e que há anos sofria com violência sexual.
Mesmo com todo esse cenário trágico, aparecem os bolsonaristas, a nazista Sara Winter e Damares Alves, lançando um ataque feroz sobre a vítima da violência .
É importante que a esquerda não se confunda, pois tudo isso é parte de uma nova ofensiva da extrema-direita neste país. A atual ofensiva dessa turma – que foi bem antes do golpe de 2016 – teve suas primeiras manifestações aglutinando esses elementos, tendo como pauta a luta contra o aborto e com colaboração de “célebres” figuras da esquerda, como a candidata à presidência da república em 2006 pelo PSOL , Heloísa Helena, que foi uma das principais lideranças no movimento anti-aborto, o que viabilizou para que a direita se juntasse e progredisse em torno dessa pauta com toda a força.
A questão do aborto foi o grande impulso para o agrupamento dessa extrema-direita, acarretando nesse atual movimento aberrante que a sociedade contempla. Esse tipo de movimento deve ser amplamente combatido pela esquerda, de forma tão combativa quanto esses fascistas fazem, porque a questão em si não é somente o aborto – uma pauta que por si só já é preocupante – mas todo esse movimento propicia uma grande ofensiva política da extrema-direita. A esquerda precisa sair abertamente em defesa do direito ao aborto e que a palavra de ordem seja essa, com todas as letras e que seja incluída todas as questões que envolvem a prática do aborto, ou seja, que a mulher tenha o direito de decidir o que fazer com o seu corpo e que o sistema de saúde acolha a todos os casos.
É importante que todos os movimentos de mulheres lutem contra essa opressão dos seus direitos, realizando uma forte campanha de esclarecimento à sociedade, inclusive, fazendo até campanha contra candidatos que são contra a esse direito que as mulheres deveriam ter, pois não existe a possibilidade de esperar qualquer coisa de candidatos que faz alianças, justamente com alas desses setores anti-aborto.
Temos um problema sério da dificuldade de mulheres da classe pobre conseguir realizar o aborto de forma segura, uma vez que as mulheres de classe mais alta consegue fazer esse procedimento de forma segura, sem nenhum risco para elas e ninguém fazendo protesto nas portas das clínicas que atendem essas mulheres.
A questão do aborto é uma das pautas de saúde pública mais importantes e a luta deve ser para que todas tenham o direito de fazer o que deseja com o seu corpo, com toda a assistência necessária do Estado, para que a vida de uma pessoa que já está viva seja garantida e essa extrema-direita golpista, deve ser combatida a todo custo, pois o povo não pode mais sofrer as consequências dessa minoria fascista, que não dá a mínima para o direito a vida de ninguém.