A família Marinho, dona da Rede Globo, acaba de figurar em meio a uma delação do doleiro Dario Messer, apelidado de “doleiro dos doleiros”. Quem destacou a menção dos irmãos Roberto Irineu Marinho (Presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo), e João Roberto Marinho (vice-presidente do Grupo Globo) foi a revista Veja, em matéria publicada na última sexta-feira (14).
Segundo a matéria, Messer relata em seu depoimento que vinha realizando repasses de dólares em espécie para os irmãos Marinho desde os anos 90. O doleiro afirmou que eram entregues remessas que podiam variar entre 50 mil e 300 mil dólares. Os valores eram compensados no exterior através de uma conta no Banco Safra de Nova Iorque gerenciada por Celso Barizon, que teria sido o intermediário dos Marinho para a contratação dos serviços do doleiro.
A assessoria dos irmãos Marinho naturalmente nega que eles tenham contas no exterior não declaradas às autoridades brasileiras e que também que tenham realizado operações de câmbio ilegais. O mais curioso de toda a situação é que o principal argumento apresentado pelos donos do conglomerado é que Dario Messer não apresenta nenhuma prova de suas acusações, o que as tornaria inválidas.
A ausência de provas, no entanto, não era argumento válido quando se tratava do processo absurdo conduzido contra o ex-presidente Lula, que foi tão exaltado e noticiado pela emissora Rede Globo durante o período da ofensiva da Operação Lava-Jato contra o líder petista.
A total falta de fundamento dos processos movidos contra o ex-presidente é flagrante e está evidente a perseguição política financiada e organizada pelo imperialismo e seus representantes no Brasil. No entanto, nada disso foi mencionado na extensa cobertura que os canais de comunicação do Grupo Globo fizeram a respeito do caso, em particular no período que precedeu a sua prisão e durante as eleições de 2018.
O próprio ex-presidente comentou a os dois pesos e duas medidas da Globo em suas redes sociais: “A Globo e os Marinhos querem com a delação de Messer a cautela e a presunção de inocência que jamais deram a Lula – mesmo sabendo que as delações contra Lula eram falsas, como foi reconhecido até pela PF”, disse o petista em nome de sua equipe. A delação de Palocci, que foi descartada pelo próprio STF como sendo tendenciosa recebeu cobertura de mais de 8 minutos no Jornal Nacional da Globo.
Os métodos lavajatistas de investigação e condenação não devem ser apoiados por ninguém, por possibilitarem as delações conseguidas através da intimidação e da tortura (psicológica ou até física), no entanto é necessário salientar a incoerência da Rede Globo ao tratar da questão do doleiro Dario Messer quando comparada com as delações obtidas pela força-tarefa contra Lula, Dilma e outras lideranças do PT, condenadas injustamente e sem provas. Nesse sentido, é necessário que a população saia às ruas exigindo o fim da Lava-Jato e a absolvição de todos os presos políticos por ela condenados. Além da restituição de todos os direitos políticos de Lula.