Os golpistas que dominam o Estado e as suas instituições, ainda mais depois do fraudulento impeachment sofrido por Dilma Rousseff, continuam aplicando seus projetos de completa destruição dos serviços públicos. O que está em jogo agora é a questão dos salários dos servidores públicos, tantos os municipais quanto os estaduais.
Na última terça-feira (12), o desembargador Renato Sartorelli decidiu que os municípios do Estado de São Paulo não podem ser incluídos no Projeto de Emenda Constitucional (PEC) de aumento do teto salarial dos servidores públicos de R$21.388,14 para R$30.471,11. Sua desculpa foi a de que colocar os municípios na lei do aumento salarial pode “suposta violação ao pacto federativo”, pois causaria transtornos na administração local.
É fundamental compreender essa decisão contrária à população, que tem por direito a prestação de serviços de qualidade e com servidores bem remunerados, no contexto do golpe de estado e do papel central do judiciário para a efetivação desse golpe. Afinal, quando a luta é pela manutenção do auxílio-paletó dos juízes, os magistrados param e organizam toda uma mobilização salarial.
Esse é o mesmo judiciário, golpista pela própria natureza, que jogou Lula na masmorra de Sérgio Moro (juiz esse que recebe mais de R$70.000,00) sem prova alguma. É o mesmo judiciário que não julga a farsa do impeachment de Dilma, porque se julgar deveria anulá-lo de imediato.
É o mesmo judiciário, a título de ilustração essa própria decisão de tirar os municípios da PEC que lhe impõem o aumento do teto salarial dos servidores, se sobrepões inconstitucionalmente às decisões do poder legislativo. É o mesmo judiciário que grampeia uma presidenta da República, no caso específico, para impedir Dilma na época de nomear Lula como ministro.
Resumo da ópera. Não se pode ter nenhuma confiança no judiciário brasileiro, tão subserviente ao imperialismo norte americano (vide as declarações do golpista Deltan Dallagnol de amores aos Estados Unidos que na prática é a maior ditadura do planeta), que uma decisão como a de não permitir o aumento do teto salarial dos servidores públicos municipais passa a não surpreender.
A única forma de não permitir mais essa interferência golpista do judiciário nas decisões políticas é o povo nas ruas e em greve geral. Pela liberdade para Lula, garantia de sua presença livre na eleição, pela anulação do impeachment de Dilma e pelo fim da intervenção militar no Rio de Janeiro.