Miriam Belchior, ex-ministra do Planejamento de Dilma Rousseff, havia sido acusada através do delator da Odebrecht, o executivo Alexandrino Alencar, de ter cometido crimes em relação a obras que administrou quando foi ministra e posteriormente presidenta da Caixa Econômica Federal. Entretanto, dia 8, última sexta-feira, veio a público que o próprio executivo acabou admitindo que sabia que Miriam não havia cometido nenhum crime. Mas, que a delatou por ser do Partido dos Trabalhadores, assim como fez com uma lista de todos os políticos do partido que ele obteve contato.
Pela razão do que admitiu Alexandrino, o inquérito contra a ex-ministra foi arquivado. Porém, como considera a própria Miriam Belchior; é de causar grande indignação. “Ele [Alexandrino] pôs todos os contatos que ele teve com petistas, está escrito explicitamente isso. Então, é pelo fato de ser petista? Qual é a função de parte da Polícia Federal e parte do judiciário? Perseguir petista? (…) Não há crime, e ele reconheceu isso. Submetem a pessoa a esse desgaste sem nenhuma razão. É, no mínimo, um desrespeito”. E acrescenta que a farsa pela qual ela foi submetida é a mesma contra Lula. “Fico extremamente indignada com essa farsa porque não dá pra chamar de outra coisa o que aconteceu comigo. E é o que aconteceu com o presidente Lula, outra farsa”.
Mais esse caso demonstra que não é possível contar absolutamente com nada do que venha das instituições policiais e jurídicas. Instituições que não estão a serviço popular e nem da verdade. Ao contrário, são utilizadas, na realidade, para aplicar golpes contra a própria população e aqueles que a defende. Por isso, derrotar o golpe só é possível através de mobilizações populares, como greves. É preciso uma greve geral para derrubar, de uma vez por todas, o governo golpista de Temer e colocar fim aos processos políticos e libertar todos os presos políticos desse golpe de Estado.