O golpe tem pressa. Pressa de atacar todos os direitos dos trabalhadores e do povo brasileiro e, para que não exista reação, é preciso atacar, também, as organizações dos trabalhadores, seus sindicatos.
É o que a Polícia Federal está fazendo, utilizando o mesmo mote do golpe de Estado, o falacioso “combate à corrupção”. A PF alega que entidades sindicais pagaram propina para conseguir seus registros junto ao Ministério do Trabalho.
A matéria publicada pela Folha de S. Paulo nesta quinta-feira afirma que alguns sindicalistas da UGT (União Geral dos Trabalhadores) teriam negociado registros sindicais com o assessor da Secretaria das Relações do Trabalho, responsável pelos registros sindicais.
Para tanto, os investigadores quebraram sigilos, fizeram escutas telefônicas e todo o roteiro dos processos do golpe. Mas o importante aqui é que estão abrindo um novo flanco de ataque: os sindicatos.
Esse ataque é essencial para os golpistas, pois destruir um sindicato é destruir a forma de organização principal dos trabalhadores. Com um sindicato destruído, o ataque patronal e o ataque dos golpistas contra os trabalhadores fica sem uma reação organizada.
Também é preciso denunciar que o sindicato deveria ter autonomia total sobre seu funcionamento e contas. É resquício da ditadura militar uma entidade sindical começar a funcionar apenas depois que o Estado conceda a autorização.
Não é coincidência que o ex-presidente Lula, preso ilegalmente, tenha sido um sindicalista. O ataque dos golpistas é contra todos que buscam organizar a luta do povo, também por isso é preciso lutar pela liberdade do ex-presidente e pelo arquivamento imediato de todos os processos promovidos pelo Estado contra sindicalistas e suas entidades.