O ex-jogador de futebol Juninho Pernambucano, ídolo do Vasco da Gama, Sport Clube do Recife e Lyon (França), causou polêmica ao falar dos “setoristas” (repórteres que cobrem os times de futebol). Juninho, que estava trabalhando como comentarista na Rede Globo e na Sport TV, falou que a culpa de desentendimentos entre os jogadores e a torcida era de uma parte da imprensa que causava intrigas de maneira intencional. Segundo a fala do próprio comentarista: “os ‘setoristas’ são muito piores hoje em dia. Eu sei que eles ganham mal, mas cada um tem o caráter que tem. Se eu fosse ‘setorista’, o que eu ia fazer: tentar fazer um ótimo trabalho para tentar ir para outra etapa, subir. Parte da imprensa também tem culpa na violência [contra os jogadores], porque há um excesso de pilha”.
Logo em seguida, a emissora fez um pronunciamento através de um comunicado, lido pelo apresentador André Brizek. “Há bons e maus profissionais em todas as categorias. Temos mais de 30 ‘setoristas’ trabalhando hoje no grupo e eles recebem aqui nossa confiança e solidariedade. Muitas vezes são eles que mais sofrem com o desequilíbrio e a eventual violência dos torcedores. Isso não quer dizer que o Juninho não tenha o direito à sua opinião, que é e continuará sendo livre”.
Embora a Rede Globo tenha dito que sua opinião “é e continuará livre”, a empresa da Família Marinho não admitiu a rebeldia do comentarista. A própria leitura da nota ao vivo, na frente do comentarista pernambucano, foi, sem dúvidas, uma forma de constrangê-lo a nunca mais desafiar a emissora. Juninho, no entanto, se recusou a se retratar.
Nos bastidores, a empresa continuou pressionando o comentarista para que se retratasse. Firme à sua posição, Juninho decidiu sair da emissora.