Em nome do ministério da Economia, Salim Mattar, o seu secretário especial de “desestatização”, anunciou que o governo federal irá vender 100% das ações que possui na Vale, tendo acabado de vender aproximadamente metade das ações que detinha por meio do BNDESPar, braço de participações acionárias do banco estatal.
Tendo levantado 8,1 bilhões de reais com esta última venda, Mattar cinicamente declarou que estes recursos teriam sido alocados para reduzir a dívida pública e melhorar a qualidade de vida da população. O primeiro destes alegados objetivos se mostra em toda a história recente claramente impossível e ainda mais agora, quando os valores das dívidas interna e externa do País somam um valor de aproximadamente 9 trilhões de reais, maior do que o PIB anual do Brasil. Já o segundo, conforme denunciado todos os dias neste jornal, não poderia estar mais longe da realidade, sendo este governo, atrás apenas do de Fernando Henrique Cardoso (FHC), o que atacou de forma mais selvagem as condições de vida da população desde a proclamação da República.
Não sendo mais tolerável a concorrência por mercados com empresas de países atrasados que conferem a estes qualquer grau de independência econômica e soberania, o imperialismo estrangeiro tem organizado assaltos em todas as frentes sobre os territórios que controla ou precisa controlar, sendo responsável desde a formação ideológica até a chegada ao poder do Estado de seus representantes, dispostos a liquidar o patrimônio nacional e as condições de vida da população do próprio país em troca das migalhas da mesa farta dos grandes capitalistas internacionais, os grandes articuladores e beneficiários desta política, que lhes caem ao chão.
Mattar reforça ainda que essa movimentação se dá porque não seria um objetivo do poder público ter participação em empresas. Pela positiva e do avanço de um passo lógico, fica claro que o secretário quer dizer que o objetivo do poder público seria se livrar de todo o seu controle sobre a economia, em particular das empresas estratégicas que são os alvos prioritários desta operação, passando a bola para os seus novos donos, em quase todos os casos grandes capitalistas dos países centrais, conforme a realidade tem mostrado em todos os exemplos recentes.
Fica claro que o governo Bolsonaro, antes da metade do seu período previsto, tem um potencial de destruição nacional muito maior do que o dos 2 mandatos de FHC, agravado ainda pelo deslocamento no sentido de uma ditadura, estrangulando de qualquer resistência ao tipo de política que tem sido promovida até agora.Ou seja, promover um assalto contra o povo brasileiro e a economia do País sem precedentes através da força.
Por isso, é preciso denunciar a política completamente entreguista dos golpistas e a necessidade da mobilização para a sua derrubada, como único caminho para a defesa dos interesses de classe dos trabalhadores e da soberania nacional.