No 8 de março, dia mundial da mulher trabalhadora, será o momento de tomar as ruas contra o fascismo, em defesa das trabalhadoras de todo o mundo e de suas reivindicações!
Resultante da mobilização das operárias socialistas, o 8 de março sempre foi um problema para a burguesia, como visto na Revolução Russa de 1917, disparada com o gatilho da greve das operárias no 8 de março daquele ano, que iniciou o processo revolucionário.
Não por acaso, a burguesia utiliza sua dominação para tentar reverter o significado da data, de um dia de luta pela emancipação econômica e política das mulheres contra os patrões do mundo (os capitalistas) e seu Estado Burguês, para um dia de bajulação e defesa abstrata das mulheres.
Entre a luta política do movimento das operárias contra a burguesia e a política demagógica da burguesia, está a política da esquerda pequeno burguesa, que reproduz a política dos opressores porém com uma roupagem esquerdista. Este fenômeno se expressa na penetração do feminismo burguês nos diversos setores da esquerda, sobretudo na classe média universitária.
É assim que essa esquerda, neste 8 de março, para combater a opressão da mulher no capitalismo – mais especificamente no governo Bolsonaro – reivindica o aumento da repressão estatal contra indivíduos agressores, coloca-se contra o armamento das mulheres e busca reeditar o movimento do #eleNão. Ou seja, ao invés de chamar as mulheres a se organizarem nos comitês contra o golpe e de autodefesa, essa esquerda pede que o governo dos fascistas Bolsonaro/Mourão tome providências sobre a lei do feminicídio. Ao mesmo tempo ataca um direito democrático, pois o porte de armas é um direito conquistado pela luta do povo, inclusive das mulheres, que são quem mais sofre a opressão da burguesia através do Estado. As mulheres devem organizar sua autodefesa e lutar pelo direito ao armamento.
A tentativa de reeditar o #elenão mostra que a esquerda não conseguiu entender como foi utilizada pela burguesia. Este movimento foi criado pela direita “democrática” para tentar colocar Alckmin no 2º turno no lugar de Bolsonaro, e levou a esquerda pequeno-burguesa a reboque. As mulheres não podem ficar a reboque da direita e da burguesia, têm que se unir aos trabalhadores e demais setores explorados para lutar contra o governo Bolsonaro, o fascismo e o golpe.
Não devemos iludir a população, Bolsonaro não vai fazer nenhuma política para as mulheres, pelo contrário, está aí para destruir todos os direitos das mulheres, como fica claro na tentativa de destruir a previdência pública. Por isso o PCO reivindica:
Salário igual para função igual;
Campanha nacional pela obrigatoriedade da implantação de creches pelo Estado;
Desmantelamento de toda a rede de esterilização e punição dos responsáveis pelo assassinato de mulheres em clínicas clandestinas de aborto;
Liberdade para a mulher decidir sobre seu corpo com a legalização do aborto e sua realização, em condições dignas, pela rede pública de saúde;
Portanto, nada de conciliação com a extrema direita que está no governo, é preciso denunciar que o principal inimigo de todas as mulheres é o Estado burguês e sua polícia estupradora e neste 8 de março, chamar todas as mulheres para o caminho da sua emancipação, que só é possível através da organização no partido operário revolucionário e com seu programa socialista.