A política imperialista dos monopólios financeiros norte-americanos foi sempre farsesca. A tentativa de invasão à Venezuela para derrubar o presidente Nicolás Maduro com “ajuda humanitária” faz parte do conjunto de fraudes que o capital norte-americano apoiou diretamente para que seus interesses fossem defendidos. A teatralidade desta vez se dá na tentativa do imperialismo de alegar que houve violência por parte do governo Maduro nas fronteiras com a Colômbia ou com o Brasil para justificar uma intervenção humanitária e derrubar o governo nacionalista do Maduro à força, contando com o agente do imperialismo, o presidente ilegítimo Juan Guaidó.
Para demonstrar que faz parte da política imperialista forjar motivos para a invasão nos países em que querem saquear, listamos 7 acontecimentos que levaram a invasão norte-americana.
1) USS Maine
A burguesia dos EUA tinha interesse em Cuba, no seu açúcar, tabaco, siderurgia e no mercado imobiliário. Para manter sua hegemonia na América Latina, era necessário expulsar o governo Espanhol de Cuba. Para isso, enviaram o encouraçado USS Maine ao porto de Havana. Misteriosamente o navio explodiu em 15 de fevereiro de 1898. Com o trabalho dos jornalistas Joseph Pulitzer e William Randolph que já realizavam difamações na imprensa burguesa da existência de péssimas condições de vida na ilha cubana, o incidente foi o estopim para que os EUA declarassem guerra a Espanha. Em 10 de dezembro de 1898, Cuba tornava-se independente da Espanha e, em 1901, submete-se ao imperialismo norte-americano por meio da Emenda Platt, do qual só teve independência do imperialismo mediante a vitória da revolução Cubana em 1959.
2) Pearl Harbor
Em 7 de dezembro de 1941, Pear Harbor é bombardeada pelas aeronaves japonesas. Para os americanos, essa data ficou conhecida como “Dia da Infâmia”, porque foi noticiado como um ataque surpresa da Marinha Imperial japonesa contra a base naval norte-americana. O “Dia da Infâmia”, na realidade, não tinha nada de surpreendente. Os norte-americanos, o seu presidente, Franklin Delano Roosvelt já sabia que o ataque estava sendo orquestrado pelos japoneses. Em conversas anteriores ao ataque com seu Secretário de Guerra, Roosvelt já predizia a data certa em que a Pearl Harbor seria alvejada. Mesmo sabendo do ataque, não fizeram nada para impedir o ataque, já que a guerra era vantajosa a para expansão da política imperialista.
No dia seguinte ao ataque, os EUA entraram na 2ª Guerra Mundial ao lado dos Aliados, a guerra que rendeu lucros estratosféricos aos bancos norte-americanos e consolidou o domínio no mercado asiático.
3) Paralelo 38
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, os norte-americanos dividiram as coreias ao meio no paraleo 38 e controlaram a parte sul, a Coreia do Sul. A parte norte ficou sob o controle da URSS. O objetivo dos norte-americanos era não perder a península coreana para uma revolução dos comitês populares liderados por Kim Il Sung, por isso os EUA invadiram a Coreia do Sul e dividiram o país.
Devido a intensas provocações pelas ameaças de ataques pela parte sul, a Coreia do Norte invade a Coreia do Sul em 25 de junho de 1950, dando início à guerra da Coreia. Na iminente conquista do Exército Popular Revolucionário do Norte na Coreia do Sul, foi preciso a ajuda da ONU para que os EUA repelisse os norte-coreanos, criando um impasse que resultou no armistício de 1953.
4) Golfo de Tonkin
O norte-americanos inventaram um ataque a um de seus destróieres em 1964 pelos norte-vietnamitas no Golfo de Tonkin. Ocorre que não houve tal ataque. Existiu uma contraofensiva da República Democrática do Vietnã (“Vietnã do Norte”) à invasão em suas águas territoriais de um destróier americano. Depois desse incidente, os norte-americanos reputaram ao Vietnã do Norte outra tentativa de ataque ao seu destróier, o que nunca foi comprovado, visto que em 2005, documentos secretos da NSA sobre o incidente foram revelados e confirmam que não houve ataque por parte dos norte-vietnamitas. Foi então o pretexto para os norte-americanos iniciar a guerra contra o Vietnã do Norte.
5) Bebês mortos em hospital no Kuwait
Em 1990, Saddam Hussein invade o Kuwait em represália ao roubo do petróleo iraquiano e pela superexploração nas refinarias que rebaixava o preço do barril de petróleo iraquiano. Para que os Estados Unidos retomassem o controle do Kuwait, ele apelaram para a mentira de que os militares iraquianos invadiam os hospitais do Kuwait, roubavam as incubadoras e deixavam os bebês morrendo, largados no chão. Essa mentira foi contada no Congresso dos EUA por Nayirah al Sabah, que se dizia voluntária de um hospital no Kuwait. Os congressistas norte-americanos logo deram carta branca para a invasão do Kuwait e a expulsão do exército iraquiano na primeira guerra do Golfo.
Ocorre que Nayirah al Sabah era filha do embaixador do Kuwait nos EUA e deu falso testemunho para que o imperialismo norte-americano retomasse o domínio do Kuwait.
6) Armas de destruição em massa no Iraque
A fim de efetivamente dominar a região Golfo Pérsico e seu petróleo, o imperialismo norte-americano, em 2003, invade o Iraque com a justificativa de que o regime de Saddam Hussein escondia “armas de destruição em massa” e financiava grupos “terroristas”, como a Al Qaeda. As armas nunca foram encontradas e os relatórios da CIA de 2005 também indicaram que nunca houve a atividade de desenvolvimento dessas armas, nem as provas de financiamento desses grupos armados.
7) Armas químicas na Síria
O Presidente dos EUA, Donald Trump, bombardeia Damasco, capital da Síria, acusando o governo de Bashar al Assad de ataque aos rebeldes e civis com armas químicas. Contra essa justificativa, o governo da Rússia já alertou sobre o possível esquema montado pela ajuda “humanitária” dos “capacetes brancos”, financiados pelo imperialismo, para incriminar o governo Sírio. Antes que os peritos internacionais fossem investigar o uso de armamento químico nos ataques, os EUA realizam bombardeios para apagar o vestígio que se possa comprovar a fraude.
Esses exemplos demonstram que o imperialismo utiliza-se das mais diversas narrativas para justificar a intervenção nos países em que tem interesse. Diante disso, os trabalhadores da América Latina devem se unificar para defender a Venezuela da invasão imperialista. Não há ajuda humanitária, o que há é a política imperialista de golpes de Estado e de miséria à população.