O canal do presidente venezuelano Nicolás Maduro no YouTube desapareceu da plataforma em meio às ameaças do imperialismo norte-americano contra o país caribenho.
De acordo com a emissora estatal teleSUR, o canal foi suspenso na última sexta-feira (20). Desde então, ele desapareceu dos resultados de pesquisa e agora está inacessível mesmo por link direto.
“Esta página está indisponível”, diz a mensagem onde o canal de Maduro costumava aparecer.
A empresa-mãe do YouTube, a Google, sediada nos Estados Unidos, não comentou sobre a remoção. O canal de Maduro, com mais de 233.000 inscritos, apresentava principalmente seus discursos e seu programa de televisão semanal. O YouTube diz que as contas são removidas por “violações repetidas”, como desinformação, discurso de ódio ou interferência em “processos democráticos”. O governo Maduro ainda não comentou oficialmente sobre a remoção.
A sabotagem ocorre em meio a tensões crescentes entre os Estados Unidos e a Venezuela. A mais nova crise entre os países começou a se desenvolver no ano passado, quando o governo norte-americano, então chefiado pelo democrata Joe Biden, se recusou a reconhecer a reeleição de Maduro. Após o fracasso das mobilizações da direita na Venezuela, que recorreram às chamadas “guarimbas” — manifestações violentas realizadas por mercenários —, a situação permaneceu relativamente pacífica durante alguns meses. Em agosto, no entanto, já sob o governo do republicano Donald Trump, a crise se aprofundou com o envio de navios de guerra e caças norte-americanos ao Mar do Caribe. No mês passado, os EUA enviaram pelo menos oito navios da Marinha, um submarino de ataque e cerca de 4.000 soldados perto da costa da Venezuela, dizendo que a missão visava combater cartéis de drogas. Trump alegou ainda que a armada afundou três barcos venezuelanos, mas não ofereceu provas de que os a bordo fossem criminosos.
Autoridades venezuelanas denunciaram a medida como um ataque à soberania e um plano para derrubar Maduro. No início deste mês, Maduro enviou uma carta a Trump, insistindo que a Venezuela havia desmantelado redes de tráfico e grandes gangues de drogas. Ele ainda se ofereceu para realizar conversas diretas com os Estados Unidos sobre o assunto.
“Presidente, espero que juntos possamos derrotar as falsidades que mancharam nosso relacionamento, que deve ser histórico e pacífico”, escreveu Maduro na carta compartilhada no Telegram pela vice-presidente Delcy Rodriguez.
Trump disse que não busca uma mudança de regime na Venezuela, mas não descartou ataques a “cartéis”. No mês passado, seu governo dobrou a recompensa pela prisão de Maduro para US$50 milhões por uma acusação de tráfico de cocaína.





