O Google anunciou nesta segunda-feira (21) a remoção de quase 11 mil canais do YouTube e outras contas vinculadas a campanhas classificadas como “propaganda estatal” da China, da Rússia e de diversos outros países, incluindo Irã, Turquia e até Gana. A operação de censura foi conduzida pelo chamado Grupo de Análise de Ameaças (TAG) da empresa, com o objetivo declarado de combater campanhas de “desinformação” e “influência coordenada”.
De acordo com o relatório do Google, a ofensiva concentrou-se majoritariamente contra contas chinesas. Foram mais de 7.700 canais removidos por “promoverem a República Popular da China, apoiarem o presidente Xi Jinping e comentarem sobre assuntos de política externa dos EUA”. Na prática, trata-se de uma tentativa de impedir qualquer crítica à política do imperialismo norte-americano.
Mais de dois mil canais vinculados à Rússia também foram banidos. Segundo a empresa, os conteúdos desses canais apoiavam o governo russo, criticavam a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a Ucrânia. Ou seja, novamente, o critério para a censura é a oposição à política de guerra dos Estados Unidos e de seus aliados.
Além disso, o Google confirmou ter removido canais ligados ao veículo estatal russo Russia Today (RT), acusado de contratar “influenciadores conservadores norte-americanos” para a divulgação de conteúdos políticos antes das eleições de 2024. O alvo são nomes como Tim Pool, Dave Rubin e Benny Johnson, todos apoiadores do ex-presidente Donald Trump. As acusações fazem parte de um processo judicial em andamento.
A empresa não esconde que a motivação está ligada à conjuntura política mundial. De acordo com o comunicado, algumas campanhas censuradas estariam relacionadas a “narrativas em ambos os lados da guerra entre ‘Israel’ e Palestina”.
A empresa afirma ainda que derrubou 23 mil contas apenas no primeiro trimestre de 2025.
A censura não se limita ao Google. Segundo comunicado recente da Meta, responsável pelo Facebook e Instagram, cerca de 10 milhões de perfis foram removidos no primeiro semestre de 2025 sob a acusação de imitarem produtores de conteúdo populares. Trata-se de mais uma ação vaga e arbitrária que, sob o pretexto de combater “spam”.




