Supremo Tribunal Federal

Xandão, o ‘democrata’ que defende os assassinatos da PM

Ministro do STF tem trajetória que não deixa ninguém se enganar

Quem hoje vê os articulistas do Brasil 247 torcendo pelo ministro Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em sua defesa da “democracia”, esquece de onde veio “Xandão”.

Embora o Partido dos Trabalhadores (PT) tenha indicado a maioria dos ministros do STF – sete de 11, o que garantiria uma maioria em qualquer votação -, Alexandre de Moraes não foi indicado nem por Lula, nem por Dilma Rousseff. Pelo contrário: de todos os juízes, Moraes é o único cuja indicação foi o resultado direto do golpe de Estado de 2016. Ele foi o único indicado pelo governo criminoso de Michel Temer, que teve o direito de escolher um magistrado para o cargo após a morte de Teori Zavascki em condições suspeitas. Moraes foi escolhido a dedo pela burguesia. Foi escolhido como um homem de confiança daqueles que derrubaram o governo do PT.

Toda essa confiança não veio da noite para o dia. Antes de ingressar no STF, Moraes era ministro da Segurança Pública – isto é, da repressão – do mesmo governo Temer. Moraes também era, na época, filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), cuja desfiliação era obrigatória para se tornar ministro do STF.

Para chegar até o momento em que se tornou uma engrenagem importante do golpe de Estado, Xandão teve de percorrer um caminho de cerca de 15 anos de maus tratos ao povo de São Paulo, estando intimamente ligado à máquina tucana, uma máfia que destruiu São Paulo e armou esquadrões da morte como as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA).

Entre 2002 e 2005, foi secretário da Justiça do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). Em 2005, foi premiado com uma vaga no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Para chegar até lá, Xandão contou com a mesma sorte que o levou ao STF. Ele foi reprovado na primeira votação no Senado Federal, mas uma segunda votação relâmpago misteriosamente garantiu sua vaga no CNJ.

Em 2007, quando deixa o CNJ, a máquina tucana imediatamente arranjou um lugar para Xandão: a secretaria de Transportes da gestão de Gilberto Kassab – sabe-se lá qual o conhecimento de Moraes sobre transportes. Por fim, em 2015, chegaria ao cargo que mais lhe deu fama antes do governo Temer: a secretaria de Segurança Pública do governo estadual de Geraldo Alckmin.

Moraes assumiu o cargo pouco tempo depois dos protestos de 2013, que foram duramente reprimidos pela polícia de Alckmin. Mantendo a mesma política sanguinária, Moraes deu várias declarações à época que nada têm a ver com a imagem de “democrata” que os petistas hoje pintam dele.

No primeiro ano de sua gestão, Moraes saiu em defesa da repressão da Polícia Militar (PM) contra estudantes que se manifestavam contra a reorganização escolar, determinada pelo governo estadual, que decidiu fechar 93 unidades de ensino em todo o estado e afetará 311 mil estudantes. Em sua justifica, alegou que fazer uma manifestação era algo inconstitucional (!):

“As manifestações aconteceram com 20 a 40 alunos que se negaram a realizar o que a Constituição determina que é a livre manifestação e passeatas, desde que haja comunicação prévia, exatamente para que o poder público possa garantir a segurança dos manifestantes e dos demais.”

Os estudantes, na época, relataram a ação da polícia:

“A gente estava muito pacífico, muito tranquilo. Os policiais vieram e pegaram a cadeira que a gente estava sentado. Depois foi piorando porque ninguém queria sair. Falaram que não podia bloquear tudo”, disse Willian Dias de Andrade Silva, estudante da Escola Romeu de Moraes. Segundo os alunos, quando um contingente maior de policiais chegou, partiu para a agressão com cacetetes.

Três meses depois, Moraes saiu em defesa dos assassinatos cometidos pela PM. “Confrontos com a polícia cresceram porque a criminalidade está mais violenta”, declarou ele em meio aos protestos contra as chacinas de Osasco e Barueri, quando sete policiais e guardas-civis teriam se articulado para vingar a morte de um colega.

O histórico de Moraes fez com que a revista Carta Capital, que hoje também celebra as medidas antidemocráticas de Xandão, estampasse no título uma de suas matérias quando Moraes se tornou ministro de Temer: Alexandre de Moraes, um ‘policial’, na Esplanada.

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