O vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), defendeu publicamente a cassação do Partido da Causa Operária (PCO) após a confirmação de que o partido realizará um ato em celebração da histórica operação “Dilúvio de al-Aqsa”, marcado para ocorrer na sede da Apeoesp, em São Paulo. Em declaração à Revista Oeste, Ramuth afirmou ser “lamentável que um partido político comemore um ato terrorista” e sugeriu que o Ministério Público e a Justiça Eleitoral deveriam agir para extinguir a legenda. Suas declarações, que contam com o aval político do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), escancaram a sintonia do governo paulista com o sionismo e com o imperialismo responsáveis pelo massacre do povo palestino.
O evento, que celebrará os dois anos da operação inédita dirigida pelo Movimento de Resistência Islâmica (HAMAS), estava inicialmente programado para ocorrer na Academia Paulista de Letras (APL), mas foi cancelado após intensa pressão de grupos sionistas no Brasil. Diante da censura, o PCO reafirmou seu direito de manifestação e transferiu o ato para a sede da Apeoesp. O ataque de Ramuth e Tarcísio à atividade política do partido expressa uma política abertamente repressiva, típica de verdadeiras ditaduras contrárias à liberdade de expressão.
Ambos são defensores declarados do regime sionista e, em São Paulo, aplicam a mesma política de extermínio. Sob seu governo, as operações Escudo e Verão resultaram nas maiores chacinas desde o massacre do Carandiru, com 28 e 56 mortos oficialmente, respectivamente, denunciadas por entidades de direitos humanos como execuções sumárias. É o mesmo método de violência que o regime nazista de “Israel” impõe há quase um século à população palestina, usurpando suas terras e submetendo-a a um sistema de apartheid e escravidão.
Tarcísio chegou a visitar Benjamin Netaniahu em “Israel”, em gesto de apoio a um governo acusado de genocídio. Já Ramuth tentou repetir a viagem em junho, mas não conseguiu chegar ao país por conta da retaliação do Irã aos ataques israelenses, que levou ao fechamento do espaço aéreo na região. A comitiva paulista, chefiada por ele, foi obrigada a interromper a viagem em Paris após alerta do próprio governo israelense.
A ofensiva contra o PCO e a tentativa de criminalizar um ato público revelam um ataque frontal a um direito fundamental garantido pela Constituição: o direito de manifestação e de livre expressão política. A direita, que se diz “defensora da liberdade”, é a mesma que agora pede censura e repressão contra quem denuncia o imperialismo. Por trás da campanha contra o partido está o medo da verdade: há quase um século, um regime colonial e racista ocupa e destrói a Palestina, e quem se levanta contra esse sistema é imediatamente rotulado de terrorista.
A declaração de Ramuth demonstra o acerto político em homenagear os homens e mulheres que não se furtaram a defender seu povo e sua terra contra o regime colonial israelense, um “estado” artificial que serve como base do imperialismo no Oriente Médio. Homenageá-los as organizações da resistência armada palestina é reafirmar o direito de todos os povos oprimidos de se levantar de todas as formas possíveis contra seus opressores.
É preciso denunciar o genocídio que os sionistas promovem, as dezenas de milhares de mulheres e crianças assassinadas pelo sionismo, a fome e toda destruição, mas exaltar também as organizações palestinas, em especial, o Hamas, que enfrentam esse monstro que é alimentado pelo imperialismo e, aqui no Brasil, defender a ruptura das relações diplomáticas com o regime nazista israelense.





