O presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou que a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e a Milícia Bolivariana realizarão um exercício militar de organização no próximo sábado (4), com o objetivo de fortalecer a defesa territorial e reforçar a soberania do país.
Após uma reunião com o Estado-Maior Superior, Maduro disse que o exercício serviria como um “check-up” das estruturas de defesa, enfatizando que não envolveria o uso de armas, mas sim testaria mecanismos de comando, liderança e comunicação.
A operação mobilizará os comandos nacionais e regionais da FANB, 335 Áreas de Defesa Integral, mais de 5.300 Unidades Comunitárias de Milícia e mais de 15.000 Bases de Defesa Popular.
Maduro enquadrou o exercício como parte do esforço da Venezuela para consolidar o que ele descreveu como “poder militar do povo”.
O anúncio do exercício ocorre após novas tensões, depois que Maduro acusou os Estados Unidos de voarem ilegalmente com aeronaves de combate perto do território venezuelano. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, disse que mais de cinco jatos dos Estados Unidos, viajando a 400 nós e a uma altitude de 35.000 pés, foram detectados a apenas 75 quilômetros da costa venezuelana, perto de Maiquetía.
Chamando a ação de provocação deliberada, Padrino alertou aos EUA: “não cometa o erro de atacar militarmente a Venezuela. Pense com cuidado, faça sua pesquisa e entenda nosso espírito nacional”.
O governo Maduro denunciou o incidente como uma intimidação e prometeu levar o assunto ao Secretário-Geral da ONU, ao Conselho de Segurança, à Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO) e à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
No que descreveu como uma “escalada dramática”, a Venezuela disse que as aeronaves eram caças stealth F-35 Lightning II. Padrino classificou seu uso como “uma grande ameaça” e acusou o governo norte-americano de tentar desestabilizar a América Latina.
“Essas ações não nos intimidam; não intimidam o povo da Venezuela”, disse Padrino, observando que a FANB permanece em alerta permanente com seu Sistema Integrado de Defesa Aeroespacial.
De maneira similar, o governo venezuelano emitiu uma declaração formal condenando o que chamou de “postura imprudente e aventureira” do secretário de Defesa dos EUA, Peter Hegseth.
A Venezuela acusou os EUA de minar a “zona de paz” reconhecida pela CELAC na América Latina e alertou que tal atividade militar colocava em risco a estabilidade regional e violava o direito internacional.
A declaração reiterou que a Venezuela “exercerá plenamente seu direito de defender a soberania nacional”, ressaltando sua prontidão para levar a questão a instituições globais e regionais.
Além das incursões aéreas, as autoridades venezuelanas também relataram a presença de navios de guerra dos EUA no Mar do Caribe. Padrino afirmou que as manobras visavam “impor força, coerção e extorsão através de ameaças militares”, escalando ainda mais as tensões.




