Além das políticas do governo do presidente Nicolás Maduro no sentido de intensificar as iniciativas de aproximação de amplos setores sociais nos primeiros dias de seu terceiro mandato e responder às provocações da direita golpista internacional que protesta contra a vitória popular consumada com sua posse no último dia 10; outras duas importantes iniciativas do dia de ontem (14) expressam a luta contra o golpismo impulsionado pelo imperialismo a partir de dois setores distintos, mas muitos importantes do regime político venezuelano.
As iniciativas no âmbito das Forças Armadas e do Parlamento venezuelanos são uma clara expressão do efeito positivo da ampla mobilização popular em torno da posse de Maduro no último dia 10, que levou centenas de milhares às ruas.
FANB repudiam ameaças de invasão
Um Comunicado do Ministério da Defesa (MD) e declarações dos chefes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) criticaram duramente as declarações do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe Vélez, que solicitou uma intervenção estrangeira para derrubar o governo de Nicolás Maduro, no último dia 11 de janeiro.
No Comunicado do MD publicado em suas redes sociais, destaca-se que “este esquema do capitalismo mundial pretende minar a paz e a estabilidade do nosso Estado democrático, diante do qual, os filhos e filhas de Bolívar y Chávez, nos manteremos firmes e em perfeita fusão patriótica para defender a pátria e suas instituições”, e conclui, afirmando, “a Venezuela se respeita“.
No mesmo dia da posse de Maduro, no comando nacional – diante do presidente – e em todas as guarnições do País, as tropas foram reunidas e repetiram o juramento de lealdade ao presidente eleito, comandante em chefe das FANB. Além disso, foram feitos pronunciamentos dos comandantes a favor da defesa da soberania nacional contra os ataques do imperialismo e dos seus capachos da direita.
Congresso e Partidos debatem eleições
No Palácio Federal Legislativo, em Caracas, por sua vez, realizou-se a retomada dos trabalhos legislativos com a reunião dos deputados da Assembleia Nacional (AN), sob a presidência Jorge Rodríguez, com a participação de representantes de todos os partidos políticos, além de outras organizações e personalidades (como governadores de Estado ligados à oposição), que foram convocados para integrar uma comissão especial do parlamento com objetivo de debater e elaborar a proposta de cronograma eleitoral para este ano.
Ao contrário da campanha internacional do imperialismo de que a Venezuela é uma ditadura, neste ano, o País deve chegar a 40 eleições realizadas nos últimos 26 anos, desde que o chavismo chegou ao governo.
Somente para 2024 estão previstas eleições de vereadores e prefeitos nas mais de 300 cidades do País, eleições de governadores e deputados estaduais, eleições para a Assembleia Nacional, além de consultas populares sobre reformas na Constituição que precisam ser referendadas pelo voto popular.
A participação de representantes de todos os partidos, bem como de governadores de oposição, evidencia a divisão e defensiva da direita pró-imperialista depois do fracasso da campanha golpista, principalmente em relação ao chamado a uma pretendida grande manifestação que impedisse a posse do governo, no último dia 9. Diante da mobilização popular liderada pelo chavismo, a direita fascista não reuniu mais de duas mil pessoas em todo o País.
Para ver a lista de todos os partidos e governadores presentes, clique neste link.
A iniciativa e a situação geral da Venezuela, neste momento, mostram que a pressão golpista é organizada diretamente de fora do País e não tem apoio popular e nem mesmo institucional, diante da ofensiva contra os golpistas por parte das forçar populares nos último meses e do caráter profundamente reacionário e minoritário da política da direita. Os inimigos do país sul-americano apoiam um golpe para colocar à frente da Venezuela um governo que entregue as riquezas venezuelanas e o coloque como uma colônia dos Estados Unidos. Isso, por sua vez, vem sendo amplamente denunciado pela esquerda e pelas forças populares que, além disso, se mantêm preparados de armas nas mãos por meio das milícias populares.