Lideranças do povo Pataxó da Terra Indígena Barra Velha do Monte Pascoal, no Extremo Sul da Bahia, entraram em contato com a nossa redação denunciando o desaparecimento de dois índios Pataxó após uma mega-operação policial ilegal realizada pela Polícia Militar do estado da Bahia a mando do Coronel Paraíso, responsável pelo Comando de Policiamento da Região Extremo Sul.
A megaoperação da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança ocorreu após a retomada da Fazenda Seis Irmãos pelo povo Pataxó no dia seis de outubro, que está realizando a autodemarcação devido a paralisia total do governo nessa questão.
Cerca de 10 viaturas e centenas de policiais, juntamente com oito picapes de latifundiários e pistoleiros da região, invadiram a retomada e despejaram de maneira completamente ilegal, sem autorização judicial e sem a presença obrigatória da Funai e do Ministério Público, com extrema violencia, tiros, balas de borracha e gás lacrimogêneo e prenderam dois índios, sendo uma liderança.
Os índios Pataxó Geoconias Pires Pereira, apelido Dodô, e Alessandro, liderança da retomada foram presos e colocados dentro das viaturas por volta das 17h desta terça-feira (7) e até o momento familiares e lideranças Pataxó, nem mesmo a Funai sabe do paradeiro dos dois índios. Quando um índio é detido pela polícia deve ser levado imediatamente para a polícia federal que é a única que pode atuar em caso de índios.
Devido a operação da Polícia Militar ser ilegal e os recentes ataques organizados pelo grupo Invasão Zero, presente no local, as lideranças Pataxó temem que os dois índios estejam sendo torturados e correm risco de vida devido o envolvimento das forças policiais atuando como pistoleiros do latifúndio e do governo do estado que realizou acordo com lideranças dos latifundiários na região e estão em processo de perseguição contra os índios Pataxó.
É preciso denunciar amplamente as duas prisões ilegais e o desaparecimento dos dois Pataxó que estavam sob tutela da polícia militar. O desaparecimento de Dodô e Sandro deve ser colocado na conta do governo do estado da Bahia que no mínimo fecha os olhos para a violência policial contra o índios Pataxó e para o envolvimento da PM como grupo paramilitar dos latifundiários e de violência contra os índios.
É preciso cobrar as autoridades e principalmente o governador petista Jerônimo Rodrigues, que durante a campanha eleitoral colocou cocar e se apresentou como índio, para que em vez de demagogia impeça mais um crime bárbaro da polícia e dos latifundiários contra os índios Pataxó.


