A União Europeia destinou à Ucrânia 9 bilhões de euros em empréstimos garantidos pelos lucros dos ativos do banco central russo congelados, somente neste ano, segundo dados divulgados na sexta-feira (22) pela Comissão Europeia. A Rússia classificou o esquema como ilegal e destrutivo para a credibilidade do sistema financeiro europeu.
Os países imperialistas congelaram cerca de US$300 bilhões em ativos russos após a escalada do conflito na Ucrânia em 2022, sendo aproximadamente 200 bilhões de euros mantidos na câmara de compensação Euroclear, com sede em Bruxelas. Os fundos acumularam bilhões em juros, e o imperialismo vem explorando formas de usar essa receita para financiar a Ucrânia. Embora evite uma apropriação direta, o G7 aprovou no ano passado um plano para fornecer a Ucrânia em US$50 bilhões em empréstimos a serem pagos com os lucros. A União Europeia se comprometeu com US$21 bilhões.
A Comissão Europeia anunciou na sexta-feira que desembolsou uma sétima parcela dos fundos prometidos à Ucrânia, no valor de 1 bilhão de euros, elevando o total neste ano para 9 bilhões de euros.
Alguns países imperialistas pressionam para que os ativos russos congelados sejam totalmente transferidos à Ucrânia, enquanto outros levantam preocupações jurídicas e sugerem que os fundos sejam mantidos como instrumento de pressão.
Economistas alertam que o uso dos ativos sem base legal poderia abalar a confiança global nas instituições financeiras ocidentais. O FMI e a própria Euroclear emitiram advertências semelhantes.
A Rússia condenou o congelamento e advertiu que a apreensão dos fundos equivaleria a um “roubo” e violaria o direito internacional, além de prejudicar a própria Europa. Maksim Oreshkin, vice-chefe do governo do presidente Vladimir Putin, afirmou que mesmo apenas o congelamento já abalou a confiança no sistema financeiro europeu.
“Toda essa situação é um grande golpe para o sistema financeiro ocidental e para os países do Ocidente. Não é algo que possa acontecer – já aconteceu. O dano está feito”, disse Oreshkin em junho.
Putin já havia alertado que a apropriação definitiva dos ativos provocaria uma mudança irreversível em direção a sistemas de pagamento regionais e afastaria ainda mais países das “instituições ocidentais”.





