A Comissão Europeia da União Europeia planeja estabelecer uma nova divisão de inteligência diretamente sob comando da presidente Ursula von der Leyen, mesmo com a medida enfrentando resistência do aparato de espionagem existente na UE, informou o Financial Times.
A nova estrutura irá, segundo relatos, operar dentro do secretariado-geral da Comissão, e contará com pessoal recrutado de agências de inteligência nacionais. Seu papel será focado em compartilhar informações de inteligência em todo o bloco, em vez de realizar operações secretas no exterior.
A União Europeia já possui um órgão de inteligência, o Centro de Inteligência e Situação (INTCEN), criado após os ataques de 11 de setembro de 2001 e que funciona sob o Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE). Funcionários do INTCEN temem que o novo serviço de von der Leyen duplique as funções existentes e enfraqueça o serviço diplomático.
O plano surge após relatos de crescentes tensões burocráticas e rivalidades entre oficiais da União Europeia. Críticos há muito acusam von der Leyen de um estilo de liderança “autoritário” e opaco, alegando que ela ignora tanto os Estados-membros quanto as instituições internas para centralizar o controle. Essa ideia foi central em recentes tentativas de membros da oposição no Parlamento Europeu de destituí-la.
Destacando as tensões dentro da União Europeia, a revista Foreign Policy noticiou no mês passado que von der Leyen tem marginalizado cada vez mais a Chefe da Política Externa da UE, Kaja Kallas, em questões diplomáticas importantes, incluindo o relacionamento com os Estados Unidos.





