Polêmica

Uma desculpa ‘futebolística’ para defender o genocídio

De que lado você está? Do lado do atleta que perde um campeonato, ou do lado da criança que perde a vida?

Enquanto “Israel” segue assassinando palestinos mesmo durante o cessar-fogo, a jornalista Marina Izidro — colunista da Folha de S.Paulo — decidiu que é hora de defender o “direito” de “Israel” jogar bola. Em artigo publicado nesta quinta-feira (24), intitulado Punição esportiva a Israel faz sentido?, a autora apresenta a ideia de que sanções contra “Israel” “não teriam efeito prático”. Logo, seriam inúteis. E, por isso, o melhor é deixar tudo como está.

A coluna é um amontoado de clichês da imprensa imperialista — aquela que se diz neutra, mas nunca hesita em justificar os crimes dos Estados Unidos, da OTAN e de seus aliados. Com uma leveza cínica, Marina condena quem ousa pedir que “Israel” seja banido do esporte, como foi feito com a Rússia por muito menos. Segundo ela, excluir atletas e clubes do Estado sionista seria “injusto”, porque isso não mudaria a situação no Oriente Médio.

“Punir Israel não resolve” — e deixar impune, resolve?

A falácia central da coluna é dizer que sanções esportivas não funcionam — e que, por isso, seriam apenas “punições simbólicas” sem qualquer impacto. O que Izidro omite (ou finge ignorar) é que o efeito político dessas punições é justamente o que mais assusta os sionistas: o isolamento crescente de “Israel” perante a opinião pública internacional.

Quando um país passa a ser tratado como pária nos eventos esportivos, culturais e diplomáticos, isso tem sim impacto direto:

  • Pressiona a sociedade desse país a se posicionar;
  • Enfraquece o apoio externo;
  • Rompe a propaganda de “normalidade” que o Estado assassino tenta sustentar;
  • Fortalece a solidariedade ativa aos oprimidos, no caso, o povo palestino.

Foi isso que ocorreu com o regime do apartheid na África do Sul, que foi banido por décadas do futebol, das Olimpíadas e de outros eventos internacionais. A exclusão esportiva  ajudou a mostrar ao mundo que não era mais aceitável fingir que a África do Sul era um país como outro qualquer. E isso ajudou, sim, a derrubar o regime racista.

Hoje, o regime israelense promove um apartheid ainda mais brutal. Além de manter os palestinos segregados, bombardeia campos de refugiados, destrói hospitais, assassina jornalistas e bloqueia comida e água para milhões de civis. O que Izidro propõe? Que esses crimes sejam tratados como “questões complexas demais” para serem discutidas por meros torcedores. Ou seja: silêncio, covardia e cumplicidade.

A jornalista chega a dizer que “não temos mestrado em relações internacionais” para opinar. Ora, quem precisa de mestrado para saber que matar crianças com bombas é um crime? Quem precisa de tese acadêmica para perceber que defender o “direito de competir” de um país genocida é o mesmo que defender a sua legitimidade política e moral diante do mundo?

Marina finge não saber que o esporte é profundamente político — sempre foi. A Copa do Mundo no Catar foi política. O boicote à Rússia é político. O apoio explícito dos clubes europeus à Ucrânia é político. Só não é política, segundo Marina, quando se trata de punir “Israel” — aí é “exagero”, “antissemitismo”, “falta de eficácia”.

Quando os inimigos do imperialismo estão em guerra, toda punição é bem-vinda. Mas quando o aliado dos EUA comete crimes contra a humanidade, a ordem é relativizar, maquiar, “entender os dois lados”.

O ponto mais absurdo da coluna da Folha é quando a autora coloca na balança o “direito dos atletas israelenses de competir” contra a vida de dezenas de milhares de crianças palestinas mortas. Para ela, proibir clubes israelenses de jogar seria “punir os atletas” e não salvaria vidas. Como se permitir que joguem futebol enquanto matam crianças fosse salvar alguém!

A pergunta que Marina não quer responder é simples:
De que lado você está? Do lado do atleta que perde um campeonato, ou do lado da criança que perde a vida?

Ficar contra sanções a “Israel” é tomar partido. Não há neutralidade quando um lado está com tanques, caças, mísseis e apoio das potências mundiais — e o outro, um povo que só conta com a sua própria disposição de luta.

A campanha por sanções a “Israel” no esporte, na cultura e na diplomacia é parte fundamental da luta contra o apartheid sionista. Ela ajuda a expor a face criminosa do Estado de “Israel” e a fortalecer o movimento internacional de solidariedade à Palestina.

Quem tenta sabotar essa luta com o argumento de que “não adianta nada” está apenas repetindo a propaganda dos assassinos. A jornalista da Folha não é neutra: ela está do lado de quem mata.

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