Após a barbárie das execuções na Penha e no Alemão, a máquina de propaganda do Estado e da imprensa burguesa foi acionada com velocidade máxima para justificar o massacre com a narrativa de que ele é, na verdade, um serviço aprovado pela maioria. A mentira da vez é a seguinte: “a população apoia a chacina”.
As pesquisas opinião dos institutos de pesquisa da burguesia são conhecidas por serem altamente manipuladas. Não devem ser levados a sério, ainda mais diante de resultados tão absurdos.
A burguesia utiliza sua propaganda mentirosa massiva para dar um choque inicial na opinião pública e impedir a reação imediata do povo.
Mas essa verdade de araque não se sustenta. O caso do apoio público a “Israel” é um exemplo clássico: a campanha inicial de calúnias contra a Resistência e apoio massivo ao Estado sionista despencou assim que o tempo passou. A verdade, ainda que tardia, vem à tona: o povo não é a favor do genocídio, nem de Estado de “Israel”.
Se fosse verdade que a população apoia o massacre como política de “segurança”, por que o Estado não age de forma democrática com a população?
Por que os defensores do fascismo policial não propõem desfazer as polícias estatais e criar polícias populares de bairro? Por que não propõem que os chefes da segurança sejam eleitos e controlados democraticamente pela população? Por que não armar a população trabalhadora para garantir sua autodefesa, em vez de armar apenas um braço fascista?
A resposta é simples: o controle popular da segurança pública é o oposto do que a burguesia e o imperialismo querem. O Estado não confia na população pobre. O medo da burguesia é que a população armada e organizada não a sirva, mas sim que passe a defender os seus próprios interesses. A mentira do “apoio popular” é a capa para manter o monopólio da violência nas mãos de uma polícia que está lá para reprimir o povo.
A população trabalhadora e da favela não é a favor da chacina. Nos últimos 35 anos, já foram mais de 50 grandes chacinas no Rio de Janeiro e em outros estados. Elas ocorreram pelos mais diversos motivos, havendo Comando Vermelho ou não, havendo crime organizado ou não.
A única constante em todas essas operações é o terror e a dor impostos às comunidades. O terror que se impõe hoje sobre o favelado é o mesmo terror que será justificado amanhã contra qualquer um que se levante contra a ordem.




