Editorial

Um cerco cada vez mais golpista

Não há mobilização, não há ação ofensiva, não há luta. Sem isso, não há como enfrentar o rolo compressor que se arma no Congresso

A semana que se encerra marca um ponto decisivo no cerco contra o governo Lula. O presidente da Câmara, Hugo Motta, escancarou sua posição de inimigo do governo, assumindo um papel semelhante ao de Eduardo Cunha no processo que levou ao impeachment fraudulento de Dilma Rousseff em 2016. A movimentação atual lembra, em todos os aspectos essenciais, aquela que resultou no golpe de Estado da década passada.

Diante da desorganização completa do governo no Congresso, Motta vem se comportando como operador direto da direita golpista. Seu objetivo é evidente: criar um ambiente de ingovernabilidade, sufocar Lula politicamente e inviabilizar sua reeleição. E, no limite, como já aconteceu no passado, abrir caminho para uma nova derrubada do governo popular por vias supostamente institucionais.

Como visto no último período, o golpe de Estado não se restringe à presença de tropas nas ruas. Ele pode tomar a forma de manobras parlamentares e judiciais que buscam, por fora da soberania popular, tomar o poder. Quando se elimina um governo legitimamente eleito por meio de medidas ilegais — ou se impede que seus candidatos concorram, como foi feito com Lula em 2018 —, trata-se de um golpe. O que está em marcha hoje no Brasil é precisamente isso.

O governo, contudo, parece não ter tirado nenhuma lição do passado. Insiste em confiar no STF para resolver seu conflito com o Congresso, exatamente como fez Dilma antes de cair. Trata-se de uma política completamente equivocada. O Supremo faz parte do regime político que opera contra os interesses populares. É uma instituição que já foi central na prisão de Lula, na legitimação do golpe de 2016 e na perseguição à esquerda.

É ilusório imaginar que a população vá se mobilizar em defesa do STF contra o Congresso. Não existe apoio popular real a nenhum dos dois poderes. A única força capaz de barrar o golpe é a mobilização do povo trabalhador. Mas, para isso, o governo deveria ter preparado o terreno desde o início, com campanhas nas ruas, atos em defesa de medidas progressistas e organização popular.

O que se vê, ao contrário, é um governo isolado e paralisado, fruto de sua própria política de aliança com a direita. Não há mobilização, não há ação ofensiva, não há luta. Sem isso, não há como enfrentar o rolo compressor que se arma no Congresso. A situação atual é tão grave quanto a vivida por Dilma em 2016, e caminha para o mesmo desfecho.

É preciso mudar de política imediatamente.

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