O governo russo denunciou novos ataques ucranianos contra sua infraestrutura energética, em descumprimento ao cessar-fogo firmado em 18 de março. Segundo o Ministério da Defesa russo, quatro instalações foram atingidas nas últimas 24 horas, afetando o fornecimento de energia para milhares de consumidores.
O acordo, mediado pelos Estados Unidos em reunião realizada em Riade, previa a suspensão mútua de ataques a refinarias, oleodutos, usinas de energia e centrais nucleares por um período de 30 dias. No entanto, o governo Putin tem reiterado que Zelensqui desrespeita sistematicamente o compromisso assumido.
Na última quarta-feira (27), um drone ucraniano atingiu uma estação de distribuição de gás em Lugansk, provocando um incêndio e interrompendo o fornecimento para mais de 11 mil consumidores. No oblast de Kursk, outro ataque de drone danificou uma instalação elétrica, causando o desligamento de uma linha de alta tensão e afetando cerca de 1.200 clientes.
Também na última quarta-feira (27), bombardeios de artilharia ucranianos atingiram uma subestação na região de Belgorod, destruindo um transformador e interrompendo o fornecimento para mais de 1.700 residências. Uma quarta ofensiva, realizada com drones, atingiu uma subestação em Zaporozhye, onde um disjuntor de óleo pegou fogo, cortando a energia de 9 mil lares.
Não foi a primeira vez que o governo russo acusou a Ucrânia de descumprir o cessar-fogo. No fim de março, um ataque destruiu uma instalação de distribuição de gás na região de Kursk, parte de um gasoduto que abastecia clientes na União Europeia antes da suspensão dos contratos de trânsito em janeiro.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que as ofensivas demonstram que Zelensqui não tem interesse em negociações pacíficas. Segundo ela, os ataques minam iniciativas de diálogo entre Moscou e Washington. O Ministério da Defesa russo declarou que os ataques diários contra sua infraestrutura energética comprovam a incapacidade da Ucrânia de cumprir acordos voltados para a resolução do conflito.
Os russos indicaram que continuarão respeitando a suspensão de ataques, mas podem retaliar caso as violações persistam. As ações do governo ucraniano sugerem que o país busca prolongar a hostilidade, desconsiderando qualquer possibilidade real de trégua.
