Como tudo começou?
Com a subalternidade de um povo. Submetido a toda sorte de desmandos e sucumbências: durante a colonização, e até os dias de hoje…
A história da educação brasileira se confunde com a história do Brasil. “Apesar dos avanços, o Brasil enfrenta desafios como a redução do financiamento da educação básica, desigualdades regionais e socioeconômicas, e baixa qualidade do ensino. Dados recentes mostram uma redução na taxa de analfabetismo e pequenas melhorias nas competências de leitura e matemática. A educação superior no Brasil apresenta disparidades na qualidade entre instituições públicas e privadas”.
Os baixos salários dos professores aliado a um salário-mínimo vergonhoso: cria o combo perfeito para a atuação midiática da Rede Globo, objeto que transformou e continua transformando, a maioria do povo brasileiro em massa de manobra eleitoral perfeita para retroalimentação de um império da desigualdade permanente.
Nossa história, marcada por golpes e ditaduras, guarda nas entrelinhas da memória uma atuação das mídias marrons, funcionando como um quarto poder alienante: verdadeiro braço do imperialismo mundial.
Novelas, noticiários, opinião, reality shows, programas idiotizantes, enfim subprodutos iníquos, que conseguiram ao longo de sessenta décadas desinformar e formatar mentes mediocrizadas e escravas de uma política televisiva incrementadora de ilusões blasfemas e de agentes no/do controle do seu súdito/povo.
O pior disto é que esta fábrica de coercitividade continua parasitando os mais incautos.
Ha passividade no âmago dos habitantes do “Planeta Globo” fiéis escudeiros, que não conseguem romper as amarras do grande suserano do Sistema, nascido para reter poder senhorial.
Quando fiz parte de um projeto da Fundação Roberto Marinho junto à Secretaria de Educação do Estado do RJ, ouvi testemunhos de expositores, absolutamente escravagistas, que chamaram de néscios, os alunos, a quem o Ensino Médio, já bastaria…
O fragmento histórico grafado a seguir comprova o papel político do padrão globo:
“Em 83, quando construí a passarela, a Globo sabotou, boicotou, não quis transmitir e tentou inviabilizar de todas as formas o ponto alto do Carnaval carioca. Também aí não tem autoridade moral para questionar. E mais, reagi contra a Globo em defesa do Estado do Rio de Janeiro que por duas vezes, contra a vontade da Globo, elegeu-me como seu representante maior.
E isso é que não perdoarão nunca. Até mesmo a pesquisa mostrada na quinta-feira revela como tudo na Globo é tendencioso e manipulado. Ninguém questiona o direito da Globo mostrar os problemas da cidade. Seria antes um dever para qualquer órgão de imprensa, dever que a Globo jamais cumpriu quando se encontravam no Palácio Guanabara governantes de sua predileção.
Quando ela diz que denuncia os maus administradores, deveria dizer, sim, que ataca e tenta desmoralizar os homens públicos que não se vergam diante do seu poder.
Se eu tivesse as pretensões eleitoreiras, de que tentam me acusar, não estaria aqui lutando contra um gigante como a Rede Globo.
Faço-o porque não cheguei aos 70 anos de idade para ser um acomodado. Quando me insulta por nossas relações de cooperação administrativa com o governo federal, a Globo remorde-se de inveja e rancor e só vê nisso bajulação e servilismo.”
Sim, Brizola tinha o dom da oratória, mas não a oratória hipócrita. Com certeza, ele usava a oratória/práxis, que põe em prática, a coerência.
Não capitular é o mote, o antídoto, contra o poder de um monopólio sagaz de deseducação: educar é tarefa da cátedra, não de qualquer microfísica do poder.
O processo de colonialismo nos legou a possibilidade desleal de “abaixar a cabeça” e ser catequizado. O preço do progresso fora hostil. Nossa herança é a baixa autoestima, Na obra Systema Naturae, de Charles Linnné, ele deixou patente de forma “científica”, que índios são indolentes, asiáticos são guiados por opiniões, americanos são guiados por costumes, e africanos pelo capricho. E isso para o taxonomista fora o sinônimo de inferioridade ancestral.
Hoje, vivemos dentro de um sistema educacional que lança o humano no paraíso da hiper especialização; que o torna o canibal do holismo. O “padrasto” Mercado exige que seja assim: o professor não é prioridade neste país. Ele é apenas um “Sócrates” no contexto dos Três Poderes. A sua preparação e engajamento são condenados à sorte da cicuta. E a historieta do sistema Globo faz parte do insucesso educacional do nosso Brasil.





