Durante sua participação semanal na TV 247, na última sexta-feira (11), o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, analisou a recente medida do presidente norte-americano, Donald Trump, contra o Brasil, caracterizando-a como uma ação típica da política imperialista dos Estados Unidos. Segundo Pimenta, o chamado “tarifaço” anunciado por Trump — uma retaliação por razões políticas — é uma conduta comum dos EUA contra países que buscam qualquer margem de soberania.
“Retaliação econômica por problemas políticos é inaceitável”, afirmou Pimenta. “Mas os norte-americanos fazem isso o tempo todo. O Irã está sob bloqueio econômico. Cuba está sob embargo, a Nicarágua também, a Venezuela. É uma medida típica do imperialismo”.
Para ele, embora a ação de Trump seja “mais amena” do que outras medidas similares, segue o mesmo padrão de chantagem utilizado pelo imperialismo contra países que não se subordinam integralmente aos seus interesses.
Pimenta lembrou que a pressão imperialista já afeta diretamente o Brasil. “O Brasil não pode ter relações comerciais com Cuba, está proibido pelos Estados Unidos. Aqui não existe nem voo direto para Cuba. Se uma companhia aérea brasileira fizer um voo, vai sofrer retaliação. Se vender comida ou remédio, sofre retaliação. Se o Estado fizer isso, sofre retaliação. Isso já acontece”, denunciou.
O presidente do PCO alertou contra a ilusão de que o problema se restringe a Trump ou ao Partido Republicano. “Se fosse o Partido Democrata contra o que está acontecendo no Brasil, eles iam mobilizar pessoas dentro do próprio Estado brasileiro para resolver a parada. Ia ser uma intervenção muito mais enérgica. O Trump é fraco. Ele não tem o dispositivo de golpe de Estado, aquele negócio todo que o imperialismo tem. Então ele usa esse mecanismo que qualquer país poderia usar”.
Pimenta criticou ainda a maneira como o governo Lula lida com as agressões à soberania nacional. “Se a gente vai falar em soberania, o Lula está devendo muita coisa ao povo brasileiro. Tem muita coisa acontecendo aqui que afeta a soberania nacional e o PT não se manifesta”, afirmou. Como exemplo, citou a infiltração de agências estrangeiras nas instituições brasileiras: “interferência do Mossad, do FBI, da CIA na Polícia Federal. Tem muita coisa acontecendo que é contra a soberania brasileira”.
Em relação à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), Pimenta também foi categórico ao apontar que a Corte está profundamente comprometida com o imperialismo. “O STF é amparado pelo setor mais importante da burguesia norte-americana. O STF não é nacional, não são pessoas isoladas. É um complexo de forças do capital nacional, muito ligado ao imperialismo”. Para ele, essa estrutura garante ao STF uma força desproporcional: “senão, quem autorizaria 11 juízes a subverter totalmente a ordem jurídica nacional? Tem que ter um apoio muito grande — e não é o apoio do PT. São os monopólios, os bancos e o imperialismo”.
Pimenta rejeitou também a ideia de que as declarações de Trump estejam ligadas ao BRICS. “Não, não acho que tenha a ver. O Trump falou do BRICS porque é um bravateiro. A técnica dele é dar aquele rugido para assustar o adversário, depois ele vai negociar. Ele faz muita coisa que não vai colocar em prática. São ameaças para forçar uma situação”, explicou.





