A Turquia assinou um acordo de defesa para fornecer ao novo Exército sírio sistemas de armas avançados e equipamentos logísticos, além de treinamento, enquanto o novo regime inicia a reconstrução após 13 anos de guerra e devastadores bombardeios aéreos de “Israel”. Uma fonte do Ministério da Defesa da Turquia informou nesta quinta-feira (14) que o acordo, assinado na quarta-feira (13), também prevê que a turquia treine as forças sírias no uso do equipamento, caso necessário.
Segundo a agência britânica Reuters, a mesma fonte destacou que as Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas pelos curdos e apoiadas pelos Estados Unidos, não cumpriram nenhuma das condições do acordo firmado em março com o novo governo para integrar o grupo às instituições estatais sírias — compromisso que o governo de Recep Erdogan espera ver cumprido sem demora.
De acordo com a agência síria SANA, o objetivo do acordo é “fortalecer as capacidades do Exército Sírio, desenvolver suas instituições e estrutura e oferecer apoio abrangente à reforma do setor de segurança”. O ministro da Defesa da Turquia, Yaşar Güler, confirmou que a Turquia fornecerá treinamento e assessoria às forças armadas sírias e adotará medidas para reforçar a defesa do país.
O novo passo integra um pacto de defesa Turquia–Síria assinado em agosto de 2025, que inclui treinamento militar em combate ao “terrorismo” e desminagem, bem como em defesa cibernética, logística, engenharia militar e operações de “manutenção da paz”. Também foram discutidas a instalação de bases aéreas turcas no deserto central da Síria e o deslocamento de caças F-16.
A Turquia mantém mais de 20 mil soldados na Síria e não tem planos imediatos de retirada. A parceria vai além do campo militar: o comércio bilateral disparou após o fim da guerra, com as exportações turcas para a Síria crescendo 38% em janeiro de 2025. Máquinas, materiais de construção e metais — essenciais para a reconstrução — tiveram alta expressiva.
Na área energética, o avanço inclui a construção de um novo gasoduto até Alepo, integração das redes elétricas e investimentos turcos nos setores de mineração e fosfatos da Síria.
O acordo é firmado após a perda devastadora das capacidades militares da Síria na esteira do golpe de Estado que levou à queda do presidente Bashar al-Assad, em dezembro de 2024. Na “Operação Flecha de Bashan”, “Israel” realizou mais de 350 ataques aéreos em apenas 48 horas, destruindo entre 70% e 80% da infraestrutura militar síria. Os bombardeios atingiram caças, sistemas de mísseis, ativos navais, fábricas de armas e instalações de radar.
Os ataques se estenderam de Damasco a Tartous, onde explosões de grande intensidade foram comparadas, pela própria imprensa israelense, a “Hiroshima”. “Israel” também ocupou território sírio no sul e importantes recursos hídricos.





