Estados Unidos

Trump investe contra ditadura do Banco Central ‘independente’

Demissão de um membro da liderança do Fed pelo presidente é uma ação sem precedentes na história dos EUA

Quase 600 economistas, incluindo os vencedores do Prêmio Nobel Claudia Goldin e Paul Romer, assinaram uma carta aberta em defesa de Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, que enfrenta uma tentativa de demissão por parte do presidente Donald Trump. A carta, divulgada nesta terça-feira (2) adverte que a medida de Trump ameaça a “independência” do banco central americano e pode abalar a confiança em uma das principais instituições do país.

O documento, também assinado por nomes como Christina Romer, ex-presidente do Conselho de Assessores Econômicos de Barack Obama, foi endereçado a Trump, ao Congresso e à sociedade norte-americana. O texto defende a “autonomia” do Fed contra “pressões políticas cotidianas”, citando pesquisas que “confirmam que países com bancos centrais mais independentes alcançam melhores resultados econômicos”.

Os economistas expressaram total apoio a Lisa Cook, destacando sua “postura pública e profissional sobre temas centrais ao mandato do Fed, como estabilidade financeira e evolução da inflação”. Em resposta às ações de Trump, o próprio Fed já havia afirmado que Cook permanece no cargo até que a Justiça se pronunciasse. A diretora também entrou com uma ação na Justiça norte-americana para contestar a iniciativa do presidente e solicitou uma ordem que o impeça de efetivar a remoção.

Donald Trump, havia anunciado, no dia 26, a remoção imediata de Lisa Cook do Conselho de Governadores do banco central. Trump afirmou ter “motivos suficientes” para acreditar que Cook forneceu informações falsas sobre contratos imobiliários pessoais. Na carta publicada, o presidente acusou-a de suposta fraude hipotecária, citando documentos de dois imóveis, um em Michigan e outro na Geórgia, que teriam sido declarados como residências principais em um curto espaço de tempo.

A demissão de um membro da liderança do Fed pelo presidente é uma ação sem precedentes na história dos EUA. O banco central conquistou sua “independência” do governo em 1951, e a lei estipula que os governadores servem mandatos de 14 anos e só podem ser removidos “por justa causa”, geralmente definida como malfeitos ou negligência no exercício do cargo.

O embate com Cook é parte de uma pressão mais ampla de Trump sobre o Fed para que este corte as taxas de juros, o que ele considera essencial para impulsionar a economia. A ação contra Cook, que votou pela manutenção das taxas na última reunião, ocorre após Trump ter expressado repetida e publicamente sua frustração com o presidente do Fed, Jerome Powell, a quem chamou de “idiota” e “imbecil teimoso” por sua relutância em agir.

A incerteza gerada pela tentativa de demissão teve um impacto imediato nos mercados financeiros. O dólar americano desvalorizou em relação às principais moedas mundiais, com especuladores apostando que o substituto de Cook seria mais propenso a defender cortes nas taxas de juros.

A medida de Trump não deixa de ser inusitada. No entanto, trata-se de uma investida contra uma instituição antidemocrática. As pessoas que cuidam da política monetária nos Estados Unidos não foram eleitas por ninguém, ao contrário de Trump. Instituições como o Fed e como o Banco Central brasileiro são “independentes” apenas para que a pessoa eleita não controle a política monetária, porque os bancos querem que a política monetária fique sob controle deles.

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