Tarifa dos EUA

Trump inicia guerra comercial contra o Brasil

Trump impõe tarifa de 50% ao Brasil; Lula fala em retaliação

Na quarta-feira (9), Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, decidiu aumentar as tarifas sobre todas as importações brasileiras para 50%, medida prevista para ser aplicada a partir de 1º de agosto de 2025. 

Essa alíquota quadruplica a taxa anterior de 10% que já estava vigente desde abril e, em sua justificativa para a medida, ele acusou o Brasil de promover uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, afirmando que “esse julgamento não deveria estar acontecendo”, bem como afirmou que o aumento de 50% é “devido, em parte, ao ataque insidioso do Brasil às Eleições Livre, e ao fundamental Direito à Liberdade de Expressão de Americanos”.

Conforme noticiado pelo Brasil 247, o governo brasileiro ainda não recebeu nenhuma notificação oficial por parte do governo dos EUA, a respeito da medida anunciada por Trump. 

O portal ainda informa que o presidente Lula está decidido a aplicar a Lei da Reciprocidade (aprovada em abril) e não cogita ligar para Trump, acrescentando que o governo está tratando as taxas impostas por Trump como um ato político. A referida lei “estabelece critérios para suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual em resposta a medidas unilaterais adotadas por país ou bloco econômico que impactem negativamente a competitividade internacional brasileira; e dá outras providências”.

O Brasil 247 informa igualmente que a estratégia do governo Lula é concentrar esforços no diálogo com os setores exportadores brasileiros, para avaliar os impactos das tarifas e definir, em conjunto, medidas que possam mitigar prejuízos, e que a percepção do Planalto é que a medida de Trump seria uma ferramenta política em defesa de Bolsonaro.

Sobre possíveis respostas ao governo Trump, para além da aplicação da Lei de Reciprocidade, o portal de notícias também noticia que o governo Lula está avaliando adotar a quebra de patentes, o aumento de tarifas sobre importação de bens norte-americanos, elevação da tributação sobre produtos culturais — como filmes e livros — e medidas voltadas ao direito autoral, bem como acelerar acordos comerciais com o Mercosul e União Europeia.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que está sendo preparado como possível candidato do imperialismo para as eleições presidenciais brasileiras de 2026, saiu em apoio à medida de Donald Trump. O governador, que comemorou a vitória eleitoral de Trump falando em “patriotismo” e publicou vídeo em janeiro usando boné com lema “Make America Great Again”, deu a seguinte declaração:

“Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado. Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema”. 

Mostrando a complexidade da situação, o jornal golpista Folha de S. Paulo publicou editorial em que critica levemente a posição de Tarcísio. Com o título Chantagem rasteira de Trump não passará, a publicação faz defesa do Supremo Tribunal Federal, avalia que a medida de Trump não ajudará Jair Bolsonaro, e que “se seu intento foi impulsionar a direita brasileira, o resultado líquido tenderá a ser negativo”. 

Ao mesmo tempo, o jornal diz que “vai ser difícil ficar do lado de quem patrocina uma agressão estrangeira à soberania e aos empregos brasileiros, pois tarifas adicionais de 50% sobre as exportações teriam efeitos nefastos sobre vários setores da economia nacional” e, com isto, diz que “chegou a hora de lideranças como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) escolherem de que lado estão. Ou bem Tarcísio defende os exportadores paulistas e a soberania brasileira ou continua posando de joguete de boné de um agressor estrangeiro”.

Ainda sobre o apoio de Tarcísio à medida de Trump, Fernando Haddad, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o governador de São Paulo é um “candidato a vassalo”:

“O governador errou muito. Porque ou bem uma pessoa é candidata à presidente, ou é candidata a vassalo. E não há espaço no Brasil para vassalagem, desde 1822 isso acabou. O que está se pretendendo aqui? Ajoelhar diante de uma agressão unilateral sem nenhum fundamento econômico”.

No mesmo sentido, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, declarou que “é nessa hora que distinguimos os patriotas dos traidores”, afirmando também que “quem está colocando ideologia acima dos interesses do país é o governador Tarcísio e todos os cúmplices de Bolsonaro que aplaudem o tarifaço de Trump contra o Brasil”. Ao mesmo tempo, classificou o aumento das tarifas como “o maior ataque já feito ao Brasil em tempos de paz”.

Igualmente, Celso Amorim, assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, disse que “em mais de 60 anos de diplomacia, nunca vi nada parecido”.

O Brasil 247 informou também, citando o jornal O Globo, que Trump limitou comentários em conta no Instagram após enxurrada de críticas, que após o anúncio já não era mais possível comentar nas postagens do presidente norte-americano. 

O portal também informou que o presidente Lula está preparando pronunciamento em rede nacional sobre a situação, bem como atuando com ministro e setores econômicos para criar uma “linha de proteção” visando mitigar os impactos das tarifas de Trump nas empresas e no emprego.

O Brasil precisa aproveitar e voltar suas forças para a produção interna. O Brasil não pode ser uma colônia para sempre.

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