Em um evento aguardado com grande expectativa internacional, os presidentes Donald Trump dos Estados Unidos e Vladimir Putin da Rússia se reuniram no Alasca para discutir uma possível solução para o conflito na Ucrânia. A cúpula, realizada na Base Conjunta Elmendorf-Richardson, em Anchorage, terminou sem um acordo de paz ou cessar-fogo imediato, deixando mais perguntas do que respostas.
O encontro, que durou cerca de três horas, foi o mais significativo movimento de Trump para cumprir sua promessa de campanha de encerrar a guerra. Apesar de ter recebido Putin com um tapete vermelho e um tom visivelmente caloroso, o presidente norte-americano não conseguiu um progresso tangível para deter o conflito que já dura mais de três anos.
A chegada de Putin ao solo norte-americano foi marcada por uma recepção cerimoniosa que incluiu uma saudação de Trump e um aperto de mão prolongado. O gesto, visto por muitos como um sinal de aproximação, contrasta com os anos de isolamento diplomático de Putin durante o governo de Joe Biden. Em um momento que capturou a atenção da imprensa, Putin aceitou uma carona na limusine presidencial de Trump, rindo enquanto as câmeras registravam a cena.
O local da cúpula, o Alasca, que já foi território russo, adicionou uma camada de simbolismo histórico ao evento. Putin fez questão de lembrar a herança russa do estado, destacando que as duas nações são “vizinhas” separadas por apenas quatro quilômetros.
Ao final da reunião, Trump e Putin fizeram declarações à imprensa, mas não aceitaram perguntas. Trump descreveu o encontro como “extremamente produtivo” e afirmou que um “grande progresso” havia sido feito. No entanto, ele admitiu: que “não chegamos lá”, referindo-se a um acordo. Ele prometeu conversar com líderes europeus e com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensqui, para atualizá-los sobre os resultados.
Putin, por sua vez, foi o primeiro a falar e usou a oportunidade para elogiar a “atmosfera construtiva de respeito mútuo”. Ele afirmou que, para um acordo de paz duradouro, as “causas profundas” do conflito precisam ser abordadas. Essa frase é um sinal para as exigências da Rússia de que a Ucrânia reconheça as regiões anexadas , concorde com a desmilitarização e declare neutralidade. Essas condições são consideradas inaceitáveis por Zelensqui.
Após a cúpula, o presidente ucraniano confirmou um encontro com Trump em Washington, na segunda-feira. Tanto Zelensqui quanto os líderes europeus foram excluídos das negociações no Alasca, o que gerou preocupação para o imperialismo.
Em uma postagem na plataforma Truth Social, Trump indicou que ele, Zelensqui e os líderes europeus decidiram que a melhor maneira de acabar com a guerra é “ir diretamente para um acordo de paz”, em vez de um cessar-fogo temporário. No entanto, o avanço militar russo continua, com as forças de Putin conquistando duas novas vilas no leste da Ucrânia logo após a cúpula.
Líderes europeus, incluindo o chanceler alemão Friedrich Merz, o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, saudaram os esforços de paz de Trump, mas também reforçaram que a Europa continuará a apoiar a Ucrânia e a pressionar a Rússia. Eles também pediram a inclusão de Zelensqui nas próximas fases das negociações.
Para a imprensa russa, o encontro foi uma vitória diplomática para Putin, pois teve uma recepção de alto nível em solo norte-americano, mesmo sem um acordo concreto. Ele ainda conseguiu alertar a Europa para não sabotar as negociações entre Estados Unidos e Rússia.
Para Trump, a cúpula foi uma oportunidade de mostrar suas habilidades de negociação, mas ele deixou o Alasca sem o acordo prometido e com pouca clareza sobre os próximos passos.



