Nesta quarta-feira (22), Donald Trump, o recém-empossado presidente dos Estados Unidos, determinou novamente a inclusão do Ansar Alá, partido revolucionário que governa o Iêmen, na lista de organizações terroristas.
O partido se pronunciou sobre a decisão nesta quinta-feira (23). Em declaração, o vice-chefe do serviço de imprensa afirmou que “ser incluído na lista de aliados dos EUA representaria riscos maiores e seria muito mais provocativo do que ser rotulado como uma organização terrorista”.
No mesmo sentido foi a declaração de Hashem Sharafeddine, Ministro da Informação, que afirmou que a decisão de Trump é um excelente exemplo da “instabilidade política norte-americana, estranhas contradições e fracasso total” do imperialismo. O partido revolucionário havia sido incluído na lista em 2015, durante o primeiro governo de Trump. Foi removido em 2021, durante o governo Biden, após o triunfo da Revolução Iemenita, contra mais de seis anos de uma guerra de agressão imperialista, feita por meio da Arábia Saudita.
Não sendo a primeira-vez que os EUA incluem o Ansar Alá na lista de organizações terroristas, Sharafeddine declarou que “estamos na lista de terrorismo, então somos removidos, depois relistados, depois deslistados novamente, apenas para sermos relistados mais uma vez!”, acrescentando que “esse absurdo reflete a falta de direção na política dos EUA”. O ministro frisou que “isso não é novidade. Os norte-americanos já declararam guerra contra nós”, e que, apesar da decisão de Trump, “permanecemos fortes, lutamos por justiça e defendemos nossa terra natal e nosso povo. Não vacilaremos em nossa missão”.
Sharafeddine ainda afirmou que “o regime criminoso dos EUA, um parceiro do terrorismo israelense, não tem o direito de rotular os outros como terroristas” e que “às vezes, a melhor resposta aos absurdos norte-americanos é ignorá-los”.
Declaração também foi publicada pelo Ministério de Relações Exteriores e Expatriados, segundo o qual a decisão de Trump foi feita em razão do apoio do Ansar Alá e das forças iemenitas aos palestinos. Através de bloqueio no Mar Vermelho, impedido a passagem de embarcações vinculadas a “Israel”, e através de inúmeras ações militares com mísseis e VANTs (drones) contra o território da entidade sionista (Palestina Ocupada), as Forças Armadas do Iêmen, sob a liderança do partido revolucionário, foram essenciais para o recente cessar-fogo.
Em declaração, o Ministério também destacou que “aqueles que devem ser incluídos nas listas internacionais de terrorismo são aqueles cujas mãos estão manchadas com o sangue de civis em Gaza, Líbano, Iraque, Síria, Afeganistão e outros países”, denunciando o imperialismo e o sionismo com os verdadeiros terroristas.
Segundo o Movimento Mujahideen Palestino, uma das organizações da Resistência, a designação do Ansar Alá como terrorista “confirma que os Estados Unidos são um parceiro-chave na limpeza étnica e no genocídio cometidos pelos criminosos sionistas na Faixa de Gaza”. Embora seja um ataque contra o povo do Iêmen, a organização palestina destacou que “esta nova decisão norte-americana contra Ansar Alá no Iêmen é um símbolo de honra e prova de que eles estão no caminho certo“.