Neste sábado (27), o presidente norte-americano Donald Trump autorizou o envio de tropas para a cidade de Portland, no noroeste dos Estados Unidos, e para instalações do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), ampliando o uso doméstico das forças armadas. O envio de forças rerpressivas para Portland, a maior cidade do estado do Oregon, seguiria medidas semelhantes do presidente republicano de mobilizar tropas contra a vontade das lideranças democratas locais em Los Angeles e na capital, Washington.
“A pedido da secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, estou instruindo o secretário da Guerra, Pete Hegseth, a fornecer todas as tropas necessárias para proteger Portland devastada pela guerra e quaisquer de nossas instalações do ICE que estejam sob ataque da Antifa e de outros terroristas domésticos”, escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.
“Também estou autorizando o uso de Força Total, se necessário”, acrescentou, sem especificar o que significava “força total”.
Portland tem sido palco de meses de protestos em frente a uma instalação do ICE, em meio à indignação pela repressão do governo Trump contra imigrantes sem documentos. A cidade também foi cenário de grandes confrontos durante o primeiro mandato de Trump, no auge dos protestos após o assassinato do negro George Floyd pela polícia em maio de 2020.
Protestos também ocorreram em outras instalações do ICE pelo país, enquanto a política de deportações em massa de Trump levou à prisão de milhares de migrantes, muitas vezes por agentes mascarados. A política repressiva atual do governo gerou conflitos com municípios chamados de “santuário”, como Portland, que adotam políticas de não cooperação com as autoridades federais de imigração. Trump enviou tropas a Los Angeles pela primeira vez em junho, ignorando o governador democrata do estado e provocando uma disputa judicial em andamento sobre os limites da autoridade presidencial.
O anúncio de Trump no sábado ocorre dias após um tiroteio mortal em uma instalação do ICE no Texas, no qual um detento foi morto e dois ficaram gravemente feridos.
Esse tiroteio, por sua vez, aconteceu semanas depois do assassinato do ativista conservador Charlie Kirk em um campus universitário. Após a morte de Kirk, Trump anunciou que estava classificando o movimento de esquerda Antifa como um “grupo terrorista doméstico”.



