O presidente Donald Trump reinstituiu a Política da Cidade do México, conhecida como Global Gag Rule, que impede organizações internacionais que trabalham com aborto de receber fundos federais norte-americanos, mesmo que usem outros recursos para atividades ligadas à prática. A norma foi criada em 1984 por Ronald Reagan e é mais um ataque às mulheres.
Para acessar os fundos, as organizações precisam se comprometer a não realizar ou promover abortos, mesmo em países onde o procedimento é legal.
A política teve impacto significativo, afetando organizações que dependem de recursos norte-americanos, os maiores financiadores globais de ajuda humanitária.
Durante o governo Trump, a regra foi expandida para abranger toda a verba destinada a ações globais de saúde, aumentando o montante impactado de US$ 600 milhões em 2017 para US$ 12 bilhões em 2018.
Além disso, passou a afetar entidades que lidam com saneamento básico, água potável e prevenção ao HIV/Aids, ampliando o escopo de organizações prejudicadas.
A medida foi novamente ampliada em 2019, abrangendo organizações financiadas indiretamente por fundos dos EUA.
Trump também participou da Marcha “pela Vida” em Washington, enviando uma mensagem em vídeo exaltando a decisão da Suprema Corte de revogar a decisão que legalizou o aborto e perdoando ativistas antiaborto reprimidos no governo Biden. Michelle Bolsonaro e outras deputadas brasileiras, também marcaram presença no evento.
A política de Trump é um duro ataque às mulheres. O direito ao aborto foi conquista há décadas nos EUA por meio de um subterfugio antidemocrático da Suprema Corte. A direita nos últimos anos conseguiu cercear muito o acesso ao aborto em todo o país.
É preciso defender, no mundo inteiro, o direito ao aborto gratuito e seguro.