O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva prometendo usar todas as medidas, incluindo uma possível ação militar, para defender o Catar. A ordem, datada de segunda-feira (29), mas tornada pública na quarta-feira (1º), visa tranquilizar as autoridades do Catar após um ataque com mísseis israelenses que visou líderes do Hamas em Doha, capital do país.
A ordem executiva enfatiza a “estreita cooperação” e o “interesse compartilhado” entre os EUA e o Catar, prometendo “garantir a segurança e a integridade territorial do estado do Catar contra ataques externos”. Ela declara que qualquer ataque armado ao território, soberania ou infraestrutura crítica do Catar será tratado como uma ameaça à paz e segurança dos EUA.
“No caso de tal ataque, os Estados Unidos tomarão todas as medidas legais e apropriadas – incluindo diplomáticas, econômicas e, se necessário, militares – para defender os interesses dos Estados Unidos e do Estado do Catar e para restaurar a paz e a estabilidade”, diz o texto.
O ataque que motivou a ordem executiva ocorreu em 10 de setembro, matando seis pessoas, incluindo um funcionário de segurança do Catar. Na época, uma delegação dos principais líderes do Hamas estava realizando uma reunião para discutir um acordo de cessar-fogo proposto pelos Estados Unidos, sob mediação do Catar, mas eles sobreviveram ao ataque. Durante uma visita aos Estados Unidos na segunda-feira (29), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu, conversou com autoridades do Catar por meio de uma ligação organizada por Trump, expressando “profundo pesar” pelo incidente.
O Ministério das Relações Exteriores do Catar descreveu o compromisso dos EUA como “um passo importante no fortalecimento da estreita parceria de defesa entre os dois países”.
O Catar hospeda a Base Aérea de Al Udeid, a maior instalação militar norte-americana no Oriente Médio, que tem sido fundamental para as operações regionais dos EUA, inclusive durante a retirada do Afeganistão. O Catar também foi designado um “grande aliado não-OTAN” pelo ex-presidente Joe Biden em 2022.
A ordem executiva não é um tratado e não exige a aprovação do Senado, o que gera incerteza sobre sua aplicabilidade. Qualquer ação militar depende, em última análise, da discrição do presidente, ecoando ambiguidades vistas em compromissos de defesa anteriores dos Estados Unidos, incluindo as garantias do Artigo 5 da OTAN e acordos da era Trump.





