Cláudio Corbo

Professor, Geógrafo, Mestre em Ciência Política e colunista do Diário Causa Operária (DCO)

Coluna

Triste Brasil, oh, quão dessemelhante!

A propriedade da terra no liberalismo é lei. E a lei nada mais é do que uma arma poderosa dos ricos para assassinar o direito dos pobres

Fernando Haddad

Nosso país é composto por 220 milhões de habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o mesmo Instituto, o Brasil teria atingido o menor patamar de desemprego desde 2012, neste agosto de 2025 no qual estou escrevendo.

No segundo trimestre anual, a taxa de desemprego no Brasil foi apontada pelo IBGE como 5,8%. Sendo que a População Economicamente Ativa (PEA) é de aproximadamente de 142 milhões de cidadãos, considerando empregados e desempregados. A PEA engloba todas as pessoas em idade ativa, ou seja, entre 15 e 64 anos de idade.

Às vezes, os dados estatísticos são a arte de mascarar a realidade, me parece que seja o caso do índice de desemprego atual, por isso farei o esforço de destrinchar esses percentuais para termos uma visão da vida real que não é a mesma que o Senhor Ministro da Fazenda Fernando Haddad, o governo Lula 3 e seus admiradores acríticos vivem.

Há um problema gritante nessa taxa, os subempregados foram contabilizados como empregados. O subemprego é um trabalho informal, de baixíssima remuneração, sem exigência de mão-de-obra qualificada e sem nenhum vínculo ou garantia de estabilidade. Os brasileiros nesta situação são cerca de 20 milhões, 17% do mercado de trabalho nacional. Só nessa conta elementar, o desemprego formal aumentaria para 22,8%, mas seguirei.

O número de famílias atendidas pelo Bolsa Família atingiu em julho deste ano o menor patamar em três anos: 19,6 milhões são beneficiárias do programa atualmente, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). A média das famílias brasileiras é de 3 pessoas, evidentemente, que os beneficiários do Programa são pessoas em situação paupérrima, portanto, a taxa de natalidade é maior. Mesmo considerando o número de 3 pessoas por família, são no mínimo 60 milhões de brasileiros que necessitam desses trocados para subsistir.

De acordo com o IBGE: “O número de trabalhadores com carteira assinada no Brasil atingiu um novo recorde, superando os 39,6 milhões no setor privado, segundo dados recentes do IBGE. Este número representa um crescimento em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano anterior. O estoque total de empregos formais no país também é recorde, ultrapassando os 48,2 milhões.”

Assim sendo, apenas 25% da população brasileira tem empregos formais, óbvio que uso a população total porque a População Economicamente Ativa sustenta a População Inativa.

O alvoroço gerado pelas tarifas de 50% para produtos brasileiros anunciadas pelo Presidente estadunidense, Donald Trump, impactam o agronegócio e os grandes latifundiários, como marxista não creio que “o agro seja Pop, Tech e o agro é tudo.”

De novo, hausto do site do IBGE: “Menos de 1% das propriedades rurais detêm quase metade da área total do país, enquanto a maioria dos agricultores possui pequenas áreas ou não tem acesso à terra.”

A ideia da terra, que é um meio natural, ser mercadoria é escatológica, em uma sociedade normal a terra deveria ser um bem coletivo que beneficiasse a toda a população. Porém, no capital, como ensinou Marx, tudo é mercadoria.

A propriedade da terra no liberalismo é lei. E a lei nada mais é do que uma arma poderosa dos ricos para assassinar o direito dos pobres.

É interessante que o tucano, perdão, Fernando Haddad, taxe pobres por comprarem bibelôs da China, alega que aumentar o mísero salário mínimo de 1.518 reais furaria o “teto de gastos”, porém, para oferecer subsídio aos latifundiários atingidos pelas tarifas do imperialismo foi instantâneo.

A classe trabalhadora que vive no mundo real e não no fantástico mundo da esquerda namastê sabe que é impossível ter dignidade com salário mínimo, tem que tomar escolhas difíceis entre pagar água, luz, aluguel ou comer.

Ainda sobre a esquerda namastê, lembro que o Brasil é uma das potências mundiais quando se trata de riquezas naturais, mas a serviçal dos interesses estrangeiros Ministra Marina Silva quer salvar o planeta, matando primeiro o povo brasileiro de fome com o discurso estúpido de que a ação antrópica é a responsável exclusiva de mudanças climáticas.

Qualquer estudante de 15 anos sabe que os ciclos de aquecimento e resfriamento do globo ocorrem há mais de 3,5 bilhões de anos na Terra, muito antes da existência humana. O “fim do mundo” anunciado pelos países imperialistas que se desenvolveram graças à extração de recursos naturais, deles e nossos, só é crível para um subnormal.

O desemprego real no Brasil é abissalmente superior aos dados formais que qualquer pessoa que saia na rua uma vez ao dia enxerga: pessoas catando lixo, viciados, pedintes, prostituição etc.

Enfim, o Brasil é um país rico com uma população pobre e miserável devido aos interesses do capital estrangeiro e a mansidão do catastrófico governo Lula 3.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a deste Diário

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