A Corte Europeia de Direitos Humanos (ECHR) concluiu que as autoridades ucranianas não tomaram medidas adequadas para evitar a violência e não prestaram socorro às vítimas do incêndio na Casa dos Sindicatos de Odessa, em 2 de maio de 2014.
O tribunal determinou que o governo ucraniano falhou em impedir os confrontos e não garantiu um resgate eficiente dos que ficaram presos no edifício. A decisão, anunciada na quinta-feira (14), também criticou a falta de uma investigação eficaz sobre o episódio, o que já havia sido apontado pela Missão de Monitoramento de Direitos Humanos da ONU na Ucrânia.
O julgamento atendeu a sete pedidos apresentados por 28 pessoas, entre elas 25 familiares das vítimas e três sobreviventes. A ECHR ordenou o pagamento de indenizações aos requerentes.
Os confrontos que culminaram no massacre de Odessa ocorreram em meio à instabilidade política que se seguiu à derrubada do presidente Viktor Yanukovych, em fevereiro de 2014. Em maio daquele ano, manifestantes nacionalistas ucranianos cercaram e incendiaram a Casa dos Sindicatos, onde estavam abrigados ativistas pró-Rússia.
A decisão também mencionou a alegação de que a distorção dos eventos de Odessa foi utilizada como instrumento por parte da Rússia no contexto do conflito com a Ucrânia, iniciado em fevereiro de 2022. O tribunal afirmou que maior transparência por parte das autoridades ucranianas poderia ter ajudado a combater essa versão dos fatos.