Desde o fim de novembro de 2024, quando foi firmado um acordo de cessar-fogo entre o partido libanês Hesbolá e o Estado de “Israel”, acordo este que vem sendo violado diária e unilateralmente pela entidade sionista, o imperialismo vem tentando desarmar o Hesbolá.
Esta política já começou a ser aplicada no mesmo dia em que o acordo foi formalizado, quando teve início a ofensiva golpista que resultou na derrubada do governo de Bashar al-Assad, na Síria, que permitia o fornecimento de armas e suprimentos ao Hesbolá através do país. O golpe foi dado em uma frente entre a Turquia e imperialismo. No mesmo dia em que se consumou, “Israel” invadiu o sudeste da Síria, e ocupou parte do território, inclusive a totalidade das Colinas do Golã e parte da fronteira com o Líbano.
Em 2025, os Estados Unidos, sob o governo Donald Trump, com ajuda da Arábia Saudita, elegeram como presidente do Líbano Joseph Aoun, e como primeiro-ministro Nawaf Salam, dois lacaios do imperialismo.
Desde então, o Exército do Líbano vem destruindo instalações e suprimentos do Hesbolá no país, especialmente no sul, ao invés de contra atacar os ataques diários de “Israel” contra o país.
Nas últimas semanas, o imperialismo, “Israel” e o Estado libanês intensificaram sua ofensiva para desarmar o Hesbolá.
Já no início de agosto, várias autoridades norte-americanas e libanesas, inclusive o presidente do Líbano, se pronunciaram defendendo o “monopólio estatal das armas”, uma outra forma de dizer que o Hesbolá não pode mais ter armas, as quais são usadas contra “Israel”, seja em defesa do Líbano, seja em defesa da Palestina.
Foram igualmente iniciadas discussões internas no governo sobre o desarmamento do partido revolucionário xiita, bem como se intensificaram as movimentações de tropas do Exército Libanês próximas a áreas do sul do Líbano, onde o Hesbolá é mais forte.
Declarações foram emitidas por altos membros do Hesbolá e pelo próprio partido afirmando que qualquer tentativa de desarmamento unilateral será resistida.
Em reunião ocorrida na semana que se passou, o governo libanês determinou que o exército apresentasse, até o final de agosto, um plano para o completo desarmamento do Hesbolá até o final de 2025.
O Hesbolá e o Movimento Amal rejeitaram o plano, chamando-o de “uma traição aos mártires da resistência”.
Novamente expondo o plano de desarmamento do partido revolucionário como um plano direto do imperialismo, o enviado dos EUA, Tom Barrack, apresentou um ultimato de desarmamento de 90 dias, apoiado pela França e pelos países árabes (a exceção do Iêmen).
Somado a isto, canais de comunicação no Telegram informam que, desde a semana passada, foi observada uma alta intensidade nas operações de reconhecimento realizadas pelos aviões do esquadrão 122 da Força Aérea Israelense, operações realizadas sobre o interior do Líbano e da Síria.
Tais canais igualmente informam que os voos duram longas horas, e os aviões Nahshon Shavit (especializados em inteligência eletrônica) realizam um enorme esforço de reconhecimento.
Detalhando a situação, foi também informado que um avião de inteligência eletrônica, especializado em comunicações, espionagem eletrônica e sinais, tem realizado uma ampla operação de monitoramento, espionagem e penetração no sistema de comunicações, além de interferência nos dispositivos de sinal. Acrescenta-se que, há uma semana, ele vem coletando informações intensivamente sobre o Líbano e a Síria, alcançando também o Iraque, Jordânia e a Cisjordânia.
Nesta quarta-feira (13), o Secretário do Conselho Nacional Supremo de Segurança do Irã, Ali Larijani, esteve no Líbano e se reuniu com o presidente libanês.
Durante toda a reunião, Joseph Aoun expôs seu claro antagonismo ao Irã e ao Hesbolá, isto é, seu servilismo ao imperialismo e a “israel”. Fazendo referência clara ao apoio do Irã ao Hesbolá, o presidente lacaio afirmou que “o Líbano rejeita interferências estrangeiras em seus assuntos internos”, acrescentando que “a amizade que buscamos com o Irã deve incluir todo o povo libanês, não apenas uma seita ou facção”.
Joseph Aoun ainda afirmou que “nenhum grupo deve portar armas ou buscar apoio externo; o Estado e suas forças armadas são responsáveis pela segurança de todos”, mostrando que está 100% embarcado na ofensiva imperialista contra o Hesbolá.
Como outro sinal de que uma guerra civil está sendo preparada, nesta segunda-feira (11) o jornal israelense The Jerusalem Post informou que “Israel” e os Estados Unidos propuseram o fim da presença da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL). Citando fonte diplomática informada, o jornal afirmou que ambos os países se opõem à renovação imediata do mandato da UNIFIL. A extensão da presença da força no Líbano será objeto de discussão neste mês de agosto.
Embora a UNIFIL seja uma “força de paz” criada pelo imperialismo para auxiliar as forças lacaias do imperialismo e do sionismo durante a Guerra Civil Libanesa, sua retirada permitiram uma ação mais direta do imperialismo e do sionismo contra o Líbano, durante uma nova guerra civil que eles preparam.
Conforme informado pelo jornal libanês Al Akhbar, nesta quinta-feira o Exército Libanês já havia colocado tropas em 120 pontos no sul do Líbano. Segundo informações e imagens divulgadas em canais de comunicação, o exército teria fechado com arames farpados as entradas dos subúrbios da cidade de Deir ez-Zahrani, e aviões de guerra estariam sobrevoando o local. Semelhantemente foi noticiado bloqueio da estrada principal entre as cidades de Ryaq e Balbeque, ambas no leste do Líbano, próximo à fronteira com a Síria. A situação continua em desenvolvimento.





