Após sucessivos bloqueios contra a entrada de suprimentos por parte de “Israel”, as padarias da Faixa de Gaza pararam completamente de funcionar.
Nessa terça-feira (01) o Ministério da Imprensa da Faixa de Gaza publicou uma declaração expondo os crimes de genocídio cometidos por “Israel” e clamando pela intervenção da comunidade internacional. Segundo o Ministério, a Faixa de Gaza “testemunhou um genocídio completo”, com mais de 61.000 palestinos assassinados e desaparecidos pela ocupação sionista – dos quais 50.300 destes chegaram aos hospitais, incluindo mais de 30.000 mulheres e crianças.
Para além do número exorbitante de pessoas mortas pelo regime israelense, mais de 7.200 famílias forma completamente exterminadas, provando a “intenção premeditada da ocupação de erradicar a presença palestina na Faixa de Gaza, em vez de enfrentar a resistência, como alega”.
O massacre perpetrado por “Israel” não é feito apenas através dos sanguinários bombardeios. O regime sionista comete deliberadamente o crime de fome contra o povo palestino ao fechar as passagens de e para Gaza, impedindo completamente a entrada de ajuda humanitária por todo o mês de março, mesmo enquanto vigorava o acordo de cessar-fogo.
De acordo com o Ministério da Imprensa da Faixa de Gaza:
“A ocupação bloqueou 18.600 caminhões de ajuda, além de 1.550 caminhões que transportavam combustível (diesel, gasolina e gás de cozinha). Para reforçar ainda mais a fome, a ocupação bombardeou mais de 60 cozinhas comunitárias e centros de distribuição de ajuda, deixando-os fora de serviço para intensificar o crime de fome. As padarias também foram bombardeadas ou fechadas, piorando a crise humanitária e espalhando claramente a fome entre os civis, como parte de um bloqueio sistemático à entrada de ajuda humanitária – um ato de genocídio com o objetivo de quebrar a vontade do povo palestino”.
A ocupação, em seu esforço para acabar com a infraestrutura palestina, destruiu mais de 1.000 mesquitas e 3 igrejas, além de 500 instituições de ensino – incluindo escolas e universidades – no intuito de destruir o futuro do povo palestino.
Médicos também foram alvos dos ataques israelenses. Mais de 1.402 profissionais da saúde foram assassinados, assim como 111 trabalhadores da defesa civil durante missões de resgate. 34 hospitais e mais de 240 centros médicos e instituições de saúde foram bombardeados e destruídos, causando um colapso no setor da saúde de Gaza. Ademais, 38 trabalhadores humanitários foram presos pelo regime sionista.
Diante desta situação, o Ministério da Imprensa da Faixa de Gaza emitiu uma declaração com seis pontos:
“Condenamos veementemente o genocídio e a limpeza étnicos contínuos praticados pelo exército de ocupação “israelense” contra nosso povo palestino e conclamamos todos os países livres do mundo a denunciar esses crimes que envergonham a humanidade.
Consideramos a ocupação “israelense”, a administração dos EUA e os países que participam do genocídio – como o Reino Unido, a Alemanha e a França – totalmente responsáveis por esses crimes brutais, afirmando que são crimes de guerra e crimes contra a humanidade claros e inegáveis.
Exigimos uma ação internacional urgente para acabar com o genocídio e a agressão e para responsabilizar os criminosos de guerra “israelenses” perante os tribunais internacionais.
Exigimos a investigação internacional imediata e independente dos vários crimes de guerra cometidos pela ocupação “israelense” contra nosso povo palestino desarmado e o julgamento dos responsáveis perante os tribunais internacionais.
Pedimos que seja exercida pressão para forçar a ocupação a suspender o bloqueio injusto e permitir a entrada irrestrita de ajuda humanitária e combustível de acordo com o direito internacional e o direito humanitário internacional.
O silêncio da comunidade internacional sobre esses crimes é uma forma inaceitável de cumplicidade. Nosso povo palestino não desistirá de seus direitos legítimos à independência e à libertação dessa ocupação, independentemente dos sacrifícios. Continuaremos a expor esses crimes ao mundo e a perseguir a ocupação em todos os fóruns legais e internacionais até que a justiça seja feita para nosso povo e nossos justos mártires”.
O cerco de “Israel” a Gaza bloqueou a entrada de farinha e Diesel em toda a região. Abdelnasser al-Ajrami, chefe da Associação de Proprietários de Padarias na Faixa de Gaza, disse à Agência de Notícias Safa que “todas as padarias da Faixa de Gaza fecharam hoje [terça-feira] devido à falta de farinha e diesel”.
O chefe da associação afirmou que elas continuarão fechadas até que “a ocupação abra as passagens e traga os materiais necessários para o trabalho”.
Segundo, al-Ajrami, há apenas 18 padarias funcionando em toda Faixa de Gaza, funcionando através de suprimentos enviados pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU. O PAM declarou em nota que não consegue mais subsidiar a produção de pão na Faixa de Gaza, obrigando-o a fechar as padarias.
O vídeo abaixo mostra as padarias fechadas pela ocupação.
O programa precisa de mais de 306.000 quilos de farinha de trigo por dia para operar as padarias em Gaza, porém, todos os estoques de alimentos já foram entregues às famílias de Gaza, deixando o PAM sem suprimentos para produzir novos alimentos.