Europa

Suíça emite primeira multa por uso de burca

Lei aprovada em novembro de 2024 entrou em vigor no dia 1º de janeiro deste ano e, agora, faz sua primeira vítima

Em 6 de novembro de 2024, o governo suíço decidiu colocar em marcha, a partir de 2025, o que ficou conhecido como “lei antiburca”. Ou seja, desde 1º de janeiro do ano corrente, é proibido cobrir o rosto em locais públicos em todo o país. Violar essa lei pode gerar multa de CHF 1.000 (um pouco mais de 1.140 dólares).

A multa administrativa a ser paga será de CHF 100 e pode ser quitada diretamente no local. No entanto, aqueles que se recusarem a pagar a multa administrativa estarão sujeitos ao procedimento ordinário, que acarreta uma penalidade máxima de CHF 1.000. A proibição de cobrir o rosto não se aplica em aviões ou em instalações diplomáticas e consulares.

O rosto também pode ser coberto em locais de culto e outros locais sagrados. Além disso, cobrir o rosto continua sendo permitido por razões de saúde, segurança, condições climáticas e costumes suíços locais. Também é permitido para apresentações artísticas e de entretenimento e para fins publicitários.

A proibição decorre de um referendo suíço de 2021, que foi aprovado por uma margem estreita, com 51,2% de apoio, após uma campanha a favor da medida liderada pelo Partido Popular Suíço, de direita. Embora inicialmente proposta como uma medida visando o “islamismo radical”, a lei também visa protestos e jogos esportivos. No ano passado, a polícia de Zurique emitiu 98 multas para participantes mascarados em protestos e tumultos esportivos.

Na época, o Conselho Central Islâmico da Suíça (ICCS) disse que foi uma “grande decepção para todos os muçulmanos que nasceram e cresceram na Suíça”. Ferah Ulucay, secretário-geral do ICCS, disse que a votação “tinha tido sucesso em ancorar na constituição uma islamofobia generalizada na Suíça”.

A lei federal que proíbe coberturas faciais em espaços públicos inclui vestimentas muçulmanas, como burcas e niqabs, bem como máscaras e balaclavas usadas por manifestantes ou hooligans esportivos. As autoridades suíças emitiram a primeira multa sob a proibição nacional de cobertura facial que entrou em vigor, depois que uma mulher em Zurique usou uma burca em público na última semana.

O porta-voz da polícia, Michael Walker, se recusou a revelar a idade da mulher ou detalhes de seu traje, citando leis de privacidade, mas confirmou que ela “não era uma turista”. Ele disse que a mulher se recusou a pagar a multa, que totalizou 100 francos suíços (US$110), o que significa que o caso agora irá para o gabinete do governador cantonal para processamento posterior.

Mais da metade dos cantões suíços já havia decretado proibições de coberturas faciais em manifestações antes da lei federal entrar em vigor. A nova lei nacional, no entanto, substitui a legislação cantonal. Uma lei que afeta a comunidade muçulmana de 400.000 pessoas da Suíça.

Na França, que abriga a maior população muçulmana da União Europeia, em 2004, o país proibiu o uso de todas as coberturas islâmicas para a cabeça nas escolas, seguindo essa decisão com uma proibição de coberturas faciais completas, como o niqab e a burca, em locais públicos em 2010. Desde então, leis semelhantes foram aprovadas na Bélgica, Dinamarca, Áustria, Holanda, vários estados da Alemanha, Itália, Espanha e Suíça, entre outros.

Estes casos expressam um aumento da repressão contra árabes e muçulmanos em toda a Europa. São medidas ditatoriais que representam uma clara perseguição aos muçulmanos e a todos aqueles manifestantes que tentem cobrir os rostos. Medidas que, no caso dos muçulmanos e árabes, fazem parte da campanha do imperialismo para tentar justificar seus crimes no Oriente Médio.

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