Polêmica

STF é continuação da ditadura militar

Ditadura militar foi um regime no qual o governo do País estava nas mãos de uma burocracia criminosa, que não foi eleita por ninguém

No artigo In Brasil We Trust, publicado pelo Brasil 247, Kleber Santos afirma que “a atuação de um julgador exige uma coerência inabalável, fundamentada nos princípios da lei e da Constituição, e não em ventos passageiros que buscam influenciar a balança da justiça”. Genericamente falando, está correto: o juiz deve ser aquele que aplica a Lei, e não quem faz política. No entanto, não há um único ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que não seja assim, de modo que criticar um determinado ministro por fazê-lo é ingenuidade.

Mas é o que faz Santos, ao dizer que “quando a toga é usada para atender a interesses momentâneos ou a pressões políticas e midiáticas, a credibilidade do Judiciário se esvai”. Acontece que o Judiciário não tem “credibilidade”. O STF é o único poder que não foi dissolvido durante a ditadura militar, tamanha a sua propensão golpista e anti-povo. A Corte foi protagonista no julgamento do mensalão, na prisão de Lula e, agora, na prisão de Jair Bolsonaro (PL). Isto é, em três golpes de Estado. Será que é a isso que o autor se refere?

Pelo contrário. Santos afirma que:

“Durante 21 anos, a ausência de um Judiciário independente e forte permitiu que o Estado de exceção consumisse vidas, sonhos e a dignidade humana. As mortes, torturas e desaparecimentos de opositores políticos e cidadãos comuns, como os ocorridos nos porões da ditadura, são cicatrizes profundas na memória nacional. Milhares de famílias ainda buscam por justiça e por respostas sobre o destino de seus entes queridos, uma demanda que ecoa até hoje.”

Conforme já explicamos, não foi a ausência de um Judiciário que fez com que a ditadura militar torturasse pessoas. Até porque existia um Judiciário. Trata-se do exato oposto: a ditadura militar foi um regime no qual o governo do País estava nas mãos de uma burocracia criminosa, que não foi eleita por ninguém e que era totalmente corrompida pelo imperialismo. Assim como hoje é o STF.

O golpe de 1964 se caracterizou formalmente pela derrubada do presidente da República, e não pelo fechamento do STF. Naquele momento, o golpe contra o presidente era  um golpe contra um movimento de massas que apoiava um programa nacionalista para o País. Esse programa, por sua vez, não era apoiado pelo Judiciário.

O autor segue, dizendo que:

“A ausência de punição para os responsáveis por esses crimes contra a humanidade perpetuou um ciclo vicioso de impunidade que corrói os alicerces da nossa nação. Essa impunidade, muitas vezes, é alimentada por uma elite dominante que se sente acima da lei, protegida por privilégios e pela falta de responsabilização. O vício da impunidade não só perpetua a injustiça do passado, como também encoraja novas tentativas de assaltos à democracia.”

O autor está parcialmente correto. De fato, não houve punição para os torturadores da ditadura militar. No entanto, o maior problema é que eles sequer foram expulsos do regime político. Os homens da ditadura continuaram e continuam até hoje nas entranhas do Estado brasileiro. E justamente por esse fato é impensável que o STF iria hoje estar travando uma luta contra o golpismo.

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