Em artigo publicado no dia 19 de julho, a revista Movimento saiu em defesa das recentes medidas autoritárias impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jair Bolsonaro (PL), exaltando-as como uma resposta “muito importante” à suposta conspiração do ex-presidente com Donald Trump. Com isso, a publicação revela mais uma vez sua completa subordinação à política do imperialismo e sua defesa entusiasmada da censura e da repressão como instrumentos legítimos de “combate à extrema direita”.
Entre as ações enaltecidas pelo texto estão a imposição de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno, censura nas redes sociais e proibição de contato com outras figuras políticas — um verdadeiro pacote de perseguição política sem julgamento ou direito de defesa. A justificativa? Atribuir a Bolsonaro a responsabilidade pela imposição de tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros. A alegação é tão absurda quanto reveladora: para a revista Movimento, não são os Estados Unidos os responsáveis pela ingerência, mas o próprio Bolsonaro.
A revista chega ao cúmulo de afirmar que as medidas do STF combatem a conspiração de Trump contra o Brasil. Como se fosse possível imaginar que a Suprema Corte brasileira — formada por indicados de confiança da burguesia e que atua como uma espécie de enclave Departamento de Justiça norte-americano — esteja travando algum embate com o imperialismo. A realidade é justamente o oposto: o STF age como interventor direto dos interesses estrangeiros, seja para censurar a população, seja para impedir qualquer forma de dissidência política que ameace a “ordem” imposta de fora.
Mais uma vez, o bolsonarismo é usado como pretexto para defender a repressão. Os direitos democráticos da população — liberdade de expressão, de organização e até mesmo o direito de disputar eleições — estão sendo eliminados passo a passo, enquanto a esquerda pequeno-burguesa aplaude de pé, torcendo para que seja apenas contra seus adversários políticos.
Ao apoiar uma política que coloca o STF acima da lei, a revista Movimento se torna cúmplice do avanço do bonapartismo judicial e da entrega do país ao imperialismo. Longe de defender os interesses nacionais, o artigo revela o verdadeiro papel da esquerda oportunista: servir de escudo “progressista” para o avanço da ditadura do capital financeiro.





