Sanções de Trump

‘Soberanistas’ do STF estão nus

Articulista comemora a crise entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos; fato é que ela criou as condições para mais uma capitulação vergonhosa

No artigo Os detratores da soberania brasileira estão nus, publicado pelo Brasil 247, Elisabeth Lopes, que se apresenta como especialista em Direito do Trabalho, comemora o resultado político das medidas impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump. O artigo começa procurando apresentar o governo Trump como fraco:

“Antes que expirasse o prazo para a entrada em vigor das sanções tarifárias arbitrárias impostas ao Brasil por uma potência em declínio, movida por interesses supremacistas e fundamentada em alegações falaciosas, sustentadas pela ação de figuras lesas-pátrias como Eduardo Bolsonaro e Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, o governo Trump decidiu recuar.”

Por que retirar alguns produtos da lista seria exatamente um recuo? O fato é que não apenas Trump manteve o “tarifaço” — ignorando os apelos do governo brasileiro —, como ainda aplicou uma nova medida, a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Quem saiu perdendo foi o governo brasileiro, que bradou em defesa da soberania nacional, mas se rebaixou ao ponto de tentar negociar com o governo norte-americano.

A autora até menciona a Lei Magnitsky. No entanto, o faz para dizer que:

“A reação interna não tardou a se manifestar diante dessa ofensiva sem precedentes contra uma autoridade do Judiciário brasileiro. Conforme mostrou a pesquisa da Quaest ao apurar o impacto do episódio nas redes sociais, a maioria das menções criticou a sanção (60%). Por outro lado, várias entidades jurídicas prestaram solidariedade ao ministro, repudiando publicamente a medida.”

É possível, e até provável que a maioria do povo brasileiro seja contrário à interferência do governo norte-americano no funcionamento das instituições brasileiras, por mais criminosas que elas sejam. No entanto, isso não é suficiente para dizer que a medida não é efetiva. É preciso avaliar a reação daqueles que foram diretamente atingidos por ela.

Desse ponto de vista, a reação é um desastre. O presidente Lula tentou reunir os 11 ministros do STF para angariar apoio contra Moraes, mas metade deles boicotou o evento. Já o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, tentou lançar um manifesto em defesa do colega, mas este foi igualmente boicotado por metade do tribunal. O motivo é muito claro: os ministros estão com medo de serem sancionados pelo governo Trump também.

O que a crise entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos estão demonstrando é que o regime político é, parte dele, extremamente capitulador, e outra parte, diretamente servo do imperialismo. O governo Lula, na medida em que tentou negociar o “tarifaço”, mostrou que está disposto a negociar com bandidos políticos que intervém diretamente na política nacional. O STF, por sua vez, revelou que a defesa da “democracia” vai até o momento em que seu bolso é minimamente afetado.

Ainda que o caso da capitulação do governo brasileiro seja grave, pois é uma rendição no momento em que há um enfrentamento internacional entre o imperialismo e os povos do mundo, o caso do STF não é novidade alguma. Afinal, os ministros foram parte fundamental dos golpes de Estado orquestrados pelo imperialismo no último período, como a Operação Lava Jato e o julgamento do “mensalão”.

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