Brasil

‘Soberania nacional’ sem protestar contra ingerência do Mossad?

Antitrumpismo não é sinônimo de anti-imperialismo

Em artigo  publicado no Brasil 247 e intitulado A guerra total contra o Brasil, o jornalista Reynaldo José Aragon Gonçalves faz alarde sobre uma suposta “operação geopolítica de alta complexidade, cujo objetivo estratégico é claro: implodir as bases de soberania que o Brasil ensaia reconstruir sob o governo Lula, minar sua capacidade de disputar hegemonia regional e, principalmente, inviabilizar qualquer chance de reeleição em 2026”. Essa operação, por sua vez, teria sido escancarada pelo anúncio de tarifas de importação por parte do presidente norte-americano Donald Trump: “um ataque que será econômico, sim — mas também informacional, psicológico, tecnológico e institucional”.

Ocorre que impor tarifas de importação não se trata de nenhuma operação criminosa em si. É uma política econômica comum, utilizada por todos os países do mundo, incluindo o Brasil. Tanto é assim que a Venezuela acaba de anunciar uma tarifa de importação sobre produtos brasileiros.

O jornalista teria razão em protestar contra o fato de que Trump anunciou as tarifas ao mesmo tempo em que criticou o funcionamento das instituições brasileiras. Isto é, trata-se de uma pressão sobre a política do Brasil.

A ingerência de qualquer país do mundo na política brasileira é inaceitável. No entanto, apresentar as tarifas de Trump como se fosse uma escalada da ingerência sobre o Brasil cumpre, obviamente, o papel de embelezar o fato de que o País é uma colônia.

Existe, sim, uma guerra contra o povo brasileiro. E ela se manifesta em vários aspectos. Por exemplo, no fato de que o Mossad, serviço secreto de “Israel”, realizou uma operação para impedir que um criminoso de guerra fosse investigado no Brasil. E que o mesmo Mossad está infiltrado nas instituições brasileiras, como a Polícia Federal.

A guerra se manifesta no fato de que a política monetária do Brasil é ditada pelos bancos internacionais, e não pelo povo brasileiro. Também se manifesta no fato de que a grande imprensa atende aos interesses dos inimigos do Brasil, e não do povo brasileiro.

A questão fundamental é: Reynaldo José Aragon Gonçalves propõe uma guerra contra os colonizadores do País? Não. Assim como o governo brasileiro, o jornalista não dá um pio sobre as violações mais graves da soberania nacional.

O caso mostra, de maneira cristalina, que é antitrumpismo não é sinônimo de anti-imperialismo. O que pessoas como Reynaldo Gonçalves defende é que o Brasil fique a reboque da política dos bandidos imperialistas que assaltam o Brasil — aqueles melhor representados pelo Partido Democrata, que estão, neste momento, em uma luta política contra o trumpismo.

É uma política vergonhosa e capituladora. Em nome da “soberania nacional”, a esquerda pequeno-burguesa está aprofundando sua subserviência aos responsáveis pelos crimes de guerra na Faixa de Gaza e em todo o mundo.

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