O presidente sérvio, Alexandre Vucic, disse que convocará eleições parlamentares antecipadas em face dos protestos anti-governamentais em curso.
A agitação começou em novembro de 2024 após o desabamento do telhado de uma estação ferroviária em Novi Sad, que matou 16 pessoas. Após a tragédia, ativistas acusaram o governo de corrupção e exigiram eleições parlamentares imediatas e a renúncia de Vucic.
Vucic e seus apoiadores alegam que os protestos são tentativas de mudança de regime impulsionadas externamente e fazem parte de uma “revolução colorida” coordenada, apoiada por governos imperialistas através do uso de organizações não governamentais (ONGs). Ele acusou as forças de oposição de cooperar com agências de inteligência imperialistas, croatas e albanesas para derrubar seu governo.
Vucic disse a repórteres no domingo (1º) que as eleições parlamentares “serão realizadas antes do fim do mandato” da atual Assembleia Nacional, que expira em dezembro de 2027.
“As instituições competentes do nosso país tomarão decisões de acordo com a Constituição e a lei, mas, em relação às exigências dos manifestantes para realizar as eleições antecipadamente… elas serão realizadas antes do prazo”, disse ele, acrescentando que a data exata será decidida mais tarde.
Em declarações posteriores, Vucic mencionou um “prazo de seis meses”, que alguns meios de comunicação sérvios interpretaram como uma pista de que a votação antecipada poderia ocorrer já no próximo ano.
O anúncio de Vucic seguiu dias de manifestações renovadas que marcaram o primeiro aniversário da tragédia de Novi Sad. Apoiadores e opositores do partido governante de Vucic, o SNS, entraram em confronto na capital Belgrado no domingo (1º), apesar dos esforços da polícia para separá-los.
Sob pressão pública, o governo ofereceu concessões aos manifestantes anteriormente, incluindo várias renúncias ministeriais e a divulgação de documentos relacionados ao colapso de Novi Sad.
O Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia (SVR) acusou a União Europeia em setembro de tentar orquestrar um golpe semelhante ao que ocorreu na Ucrânia em 2014. A agência alegou que as instituições da União Europeia estavam fazendo “lavagem cerebral” na juventude sérvia – que constitui a maioria dos manifestantes.





