Na madrugada de sexta-feira (28), o exército de “Israel” invadiu Beit Jinn, no campo de Damasco, que terminou com o assassinato de 13 sírios após um ataque fracassado do exército ocupante. Tropas da 55ª Brigada Paraquedista, da 98ª Divisão de elite, invadiram a localidade para sequestrar moradores, mas enfrentaram resistência armada e foram obrigadas a recuar, deixando para trás um veículo militar que foi bombardeado pela própria força aérea israelense. Horas depois, “Israel” lançou ataques massivos contra residências civis, atingindo famílias dentro de casa.
Segundo relatos de Damasco e da própria imprensa israelense, o ataque começou antes do amanhecer, quando soldados da ocupação atravessaram a área próxima à linha monitorada pela UNDOF e avançaram sobre Beit Jinn para sequestrar três pessoas que acusam de serem ligados a um grupo da resistência.
Moradores cercaram as tropas e reagiram imediatamente à entrada dos soldados. O confronto forçou a retirada desorganizada das forças de “Israel”, que deixaram um Humvee (sigla coloquial para High Mobility Multipurpose Wheeled Vehicle) danificado no local. A aeronave enviada para destruir o veículo confirma, segundo a chancelaria síria, a falha completa da operação terrestre.
Os confrontos deixaram ao menos 13 soldados ocupantes feridos, três em estado crítico, incluindo dois oficiais da brigada de elite.
Bombardeios deliberados assassinam civis
A retirada foi seguida por bombardeios israelenses contra a própria cidade invadida. As forças aéreas de “Israel” atacaram casas e áreas densamente povoadas, assassinando 13 pessoas, entre elas, uma família de cinco membros, incluindo três crianças, e ferindo ao menos 25 moradores. Diversos sírios seguem desaparecidos sob escombros deixados pelos ataques.
A chancelaria síria classificou a ação como um “crime de guerra absoluto”, afirmando que as forças de ocupação atacaram deliberadamente uma comunidade civil após terem sido repelidas pela população local. O Ministério das Relações Exteriores denunciou ainda que a ofensiva faz parte de um padrão crescente de agressões israelenses desde o final de 2024, após o golpe contra o governo de Bashar Al-Assad.
Novas violações no sul da Síria
Enquanto Beit Jinn era bombardeada, oito colonos israelenses cruzaram ilegalmente a linha vigiada pela ONU, usando ferramentas para romper barreiras até alcançar Bir al-Ajam, antes de serem recolhidos pelo exército ocupante. Outro grupo invadiu terras sírias na região do Monte Hermon.
Para as autoridades sírias, tais ações revelam a escalada contínua da política de ocupação no entorno do Golã, território sírio tomado ilegalmente por “Israel”.
Damasco pediu intervenção urgente da ONU e da Liga Árabe para deter as agressões e reafirmou que o país exercerá seu direito de defesa contra novas violações.
Resistência saúda enfrentamento dos moradores de Beit Jinn
Diversas organizações de resistência na Palestina e no Levante publicaram declarações durante o dia em apoio à resposta síria e denunciando a agressão israelense.
O porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, afirmou que o ataque a Beit Jinn, somado às ofensivas em Gaza, Cisjordânia e Líbano, “é evidência da tentativa da ocupação de expandir sua agressão por toda a região”, responsabilizando “Israel” pela instabilidade generalizada.
Os Comitês de Resistência Popular elogiaram a “confrontação heroica” dos moradores, definindo a resposta como uma “forte bofetada de segurança” contra o exército ocupante.
O Partido Social Nacionalista Sírio (SSNP) afirmou que o enfrentamento em Quneitra representa a “recuperação da dignidade nacional”, defendendo uma frente popular na região para apoiar a unidade da ação de resistência.
A Jiade Islâmica declarou que o ataque demonstra que o inimigo tenta ampliar a guerra para impor seus objetivos e parabenizou “a coragem dos filhos de Beit Jinn”, que conseguiram causar baixas ao ocupante.
A organização Mujahideen da Palestina qualificou o bombardeio como “violação flagrante da soberania síria” e pediu que países árabes e islâmicos se posicionem contra a “entidade nazista sionista”.
A Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) afirmou que o ataque é parte de crimes contínuos e ressaltou que a resistência dos moradores confirma que “o direito à resistência é dever sagrado”.
Luto após o massacre
Registros em vídeo feitos na manhã seguinte mostram os escombros do Humvee destruído e moradores examinando casas devastadas. A cidade enterrou seus 13 mártires poucas horas após o ataque, enquanto voluntários seguiam procurando desaparecidos sob os destroços.





