Na última semana, o militante André Constantine recebeu um mandado de intimação da DEGRAD, delegacia especializada em crimes de racismo e intolerância religiosa no Rio de Janeiro, após denúncia da Federação Israelita do Estado (FIERJ). A ação, baseada em vídeo no canal Caçã Canafânia, no qual o militante promovia a Biblioteca Intifada, acusa-o de “racismo” por críticas ao enclave imperialista “Israel”. Constantine denunciou em vídeo: “eles estão tentando fazer um contorcionismo jurídico para colocar o sionismo como uma etnia, uma raça, e enquadrar quem defende a causa palestina no crime de racismo”.
A ofensiva sionista visa calar vozes contra os crimes da ditadura sionista, que matou mais de 50 mil palestinos desde 7 de outubro de 2023, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Breno Altman, Lucas Passos Lima, Jamal Suleiman Abdalla, Thiago Ávila e o Partido da Causa Operária (PCO), este com dezenas de processos, também são alvos.
Constantine declarou: “a principal arma do sionismo não são as armas bélicas, é o lobby sionista”. A FIERJ alega “discurso de ódio”, mas ele reforçou: “não nos silenciaremos diante do primeiro genocídio televisionado na história da humanidade”. Abaixo, o vídeo enviado pelo ativista ao Diário Causa Operária:
Desde 7 de outubro de 2023, o PCO tem sido alvo de uma ofensiva judicial e política por sua defesa intransigente da resistência palestina. O partido enfrenta mais de 20 processos, incluindo ações por “incitação ao crime” e investigações da Polícia Federal, tudo motivado por declarações públicas em apoio ao Hamas e à luta contra a ocupação sionista.
O presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, passou a ser alvo direto de perseguições. Em novembro de 2023, foi formalmente acusado de “incitação ao crime” por afirmar em uma transmissão ao vivo que o PCO estava “1.000% com o Hamas”. Em 16 de julho de 2024, ele denunciou a campanha contra o partido em entrevista à Rádio Causa Operária: “os sionistas querem que o Hamas seja terrorista e que sejamos condenados por racismo. É uma perseguição política”.
Ainda em outubro de 2023, parlamentares bolsonaristas, como Carla Zambelli (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e dezenas de outros pares, exigiram a prisão dos dirigentes João Jorge Pimenta e Francisco Muniz, citando publicações em que ambos declaravam: “viva o Hamas e todos os grupos que lutam pela Palestina”. Em meio à ofensiva, o militante Ieri Braga tornou-se alvo de uma moção de repúdio na Câmara dos Deputados, em 2024, simplesmente por usar uma camisa com referência ao Hamas. Posteriormente, ele ainda enfrentou um processo judicial, que foi arquivado.
Outro caso envolveu Henrique Áreas, dirigente do partido, que foi convocado a depor na Polícia Federal apenas por compartilhar em suas redes sociais a letra de uma música pró-Palestina.
A perseguição se estendeu também ao campo eleitoral: durante as eleições municipais de 2024, o Tribunal Superior Eleitoral bloqueou o acesso do PCO ao fundo eleitoral, um claro boicote político contra um partido que já enfrentava a censura.
Os ataques contra o PCO evidenciam uma tentativa sistemática de silenciar qualquer posição que questione a ditadura sionista e a política imperialista.
A perseguição demonstra um processo de consolidação da ditadura do Judiciário no Brasil. O STF, o TSE e a PF atuam sob os desígnios do imperialismo e do lobby sionista, perseguindo qualquer apoio à Palestina. O cerceamento da liberdade de expressão e a manipulação das leis demonstram que a repressão política no Brasil segue um roteiro ditado por interesses estrangeiros, o que deve ser combatido pelas organizações verdadeiramente ligadas à esquerda brasileira, os trabalhadores, estudantes, camponeses e todos que não apoiam o horror perpetrado contra os palestinos, e nem quer ver essa política se reproduzindo no País.