A Prefeitura de São Paulo, comandada por Ricardo Nunes (MDB) censurou o show pró-Palestina da banda “Sophia Chablau e uma Enorme Perda de Tempo” durante a Semana do Rock, evento público realizado na Praça do Patriarca, em São Paulo, na última sexta-feira (11). O governo municipal reforçou seu caráter autoritário ao interromper a apresentação 20 minutos antes do previsto e cortar sete músicas do repertório, sob a alegação de que as manifestações políticas da banda violariam cláusulas contratuais.
A sabotagem começou quando a banda exibiu no telão do palco mensagens como “Palestina Livre”, “Boicote Israel” e uma imagem do presidente norte-americano Donald Trump em chamas, além de críticas à escala de trabalho 6×1. A Secretaria Municipal de Cultura alegou que as projeções continham “ofensas a terceiros” e, por isso, desligou o telão e reduziu o som. No entanto, o contrato obtido pela imprensa não proibia manifestações políticas, apenas estabelecia que os artistas seriam responsáveis por eventuais ações judiciais decorrentes de suas falas.
Empresária da banda, Francesca Ribeiro relatou que, ainda antes do show começar, um produtor da prefeitura exigiu a retirada da mensagem “Palestina Livre” do telão. A banda se recusou e manteve a projeção. Durante a apresentação, quando o telão foi desligado, a vocalista Sophia Chablau protestou publicamente, afirmando que “o governo federal apoia a Palestina” e que “não há crime em se manifestar”. A organização do evento então ameaçou cortar o microfone e encerrar o show antecipadamente.
Em nota ao Diário Causa Operária (DCO), a Prefeitura tentou se justificar, dizendo que “reforça seu compromisso com a liberdade artística”, mas apenas “dentro dos parâmetros legais da administração pública”. Uma contradição evidente, já que o apoio à Palestina é uma posição reconhecida até mesmo pelo contraditório governo brasileiro e o contrato não vetava discursos políticos.
A ação do governo Nunes foi claramente seletiva em defesa dos crimes do sionismo, mostrando que eventos públicos financiados com dinheiro do povo só são tolerados quando não confrontam o que o imperialismo não quer. A banda denunciou a censura em suas redes sociais, afirmando que “rock é insubmissão, transgressão” e que o ocorrido foi “inadmissível em uma democracia”.
A fala de Sophia Chablau no palco condisse com a história do rock como instrumento de luta: “foda-se que foi a Prefeitura que contratou a gente. Vocês estão dando espaço para a cultura? A cultura é assim”. O episódio revela a postura antidemocrática do governo Nunes, mas não só.
Revela também a submissão à ditadura sionista que oprime o povo brasileiro, que age com mão de ferro contra artistas que denunciam o imperialismo e defendem a causa palestina. Essa censura não é um caso isolado: reflete a repressão global das lutas anticoloniais, como visto nos protestos pró-Palestina em universidades dos EUA e Europa. No Brasil, a tentativa de calar os que denunciam o genocídio em Gaza só reforça a aliança vergonhosa de setores da política brasileira com o sionismo e o imperialismo, uma subserviência completa e criminosa.





