Nesta segunda-feira (07) a direção do Sindicato dos Bancários de Brasília realizou um ato em frente a Câmara Legislativa do Distrito Federal contra a compra do Banco Master; negociata essa que está custando a bagatela de R$2 bilhões feita pelo Banco de Brasília (BRB).
A manifestação que, além da participação de toda a diretoria do sindicato, contou com a participação dos trabalhadores bancários do BRB e, também, com a presença de candidatos aprovados no último concurso do banco, que ainda aguardam a boa vontade da direção do banco para serem chamados para assumirem os seus cargos.
O ato na porta da Câmara Legislativa do DF foi organizado justamente no dia que acontecia uma reunião, a portas fechadas, entre o presidente do BRB, Paulo Henrique, e deputados distritais para “explicar” os motivos da compra do Banco Master pelo BRB.
A operação, muito suspeita, de compra de 49% das ações ordinárias de um banco privado pelo BRB no valor de R$2 bi, ou seja, a transferências do dinheiro público para os parasitas banqueiros privados, é sem dúvida uma negociata do governo estadual.
Não é por um acaso que, logo após a divulgação da compra, as ações do BRB na Bolsa de Valores foram valorizadas em 100% e, além disso, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ter convocado uma reunião com os maiores banqueiros nacionais (Bradesco, Itaú/Unibanco, Santander, BTG Pactual) conjuntamente com o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para discutir o assunto.
Lembrando que o FGC é um fundo que assegura depósitos de investidores no sistema financeiro de até o valor de R$250 mil por CPF. Esse fundo é composto pelo recolhimento nas instituições associadas e 0,01% dos depósitos cobertos.
Os produtos assegurados são os depósitos à vista ou resgatáveis com aviso-prévio; poupança; letras de crédito imobiliário e do agronegócio, letras de câmbio, letras hipotecárias, depósitos a prazo, a exemplo o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de Depósito Bancário (RDB), e acordos de compra e venda de títulos de renda fixa.
Nesse sentido, há por parte dos grandes banqueiros o incômodo do grande volume de transações de instituições financeiras menores, como, por exemplo, a do Banco Master que, nos últimos anos, teve como estratégia principal a venda de CDB’s, com alta remuneração aos aplicadores tendo como avalista o FGC.
Em junho de 2024 o FGC tinha R$107,8 bilhões disponíveis para arcar com eventuais calotes. No mesmo período, o valor que o Banco Master terá de honrar com o pagamento dos CDBs somava R$45 bilhões, oito vezes o valor apresentado em 2012.
O seu patrimônio superou esse multiplicador, passando de R$456 milhões para R$4,2 bilhões. Logicamente que os grandes bancos veem com grande preocupação um eventual prejuízo no FGC já que os bancos pequenos e médios passaram a corresponder de 16,7% para 24 % das aplicações com o fundo.
O percentual de aplicações seguradas nos bancos pequenos e médios é de 83% contra 50% dos bancos grandes. Ou seja, os grandes banqueiros, no caso do Master, temem compartilhar os prejuízos do banco, já que o fundo é composto por recolhimento das instituições financeiras.
Logicamente que os grandes banqueiros veem com ótimos olhos a transferências do dinheiro público para um banco privado com uma situação de alto risco financeiro.
É necessário intensificar as mobilizações dos trabalhadores contra mais essa maracutaia com os recursos do povo de Brasília. Convocar um congresso dos bancários do BRB para organizar uma gigantesca reação contra mais essa ofensiva reacionária do governos neoliberal de Ibaneis Rocha.