A escalada de agressão dos Estados Unidos contra a Venezuela, que teria culminado, de acordo com o próprio presidente norte-americano Donald Trump, na morte de 11 pessoas no Caribe, expõe uma contradição gritante na política externa do governo Lula. Onde está a altivez e a defesa da soberania que o Brasil tanto pregou quando Trump impôs tarifas ao País? Por que o governo brasileiro se mantém em um silêncio covarde e ensurdecedor diante da ameaça imperialista, mas age com uma rapidez impressionante para defender o sionismo em sua guerra genocida?
Enquanto o governo de Nicolás Maduro mobiliza seu povo e denuncia o imperialismo, Lula não emite uma nota sequer em defesa da nação vizinha. A mesma Venezuela, vale lembrar, que apoiou o Brasil em momentos difíceis e é uma das maiores vítimas do bloqueio econômico e das sanções impostas pelo imperialismo.
A omissão de Lula é ainda mais escandalosa quando a comparamos com a pressa em condenar o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e pressioná-lo para libertar os “reféns” israelenses. Por que a preocupação em defender o opressor, mas a indiferença diante do agressor? Não é uma posição de “neutralidade”, mas uma submissão vergonhosa aos interesses do imperialismo.
Enquanto os navios de guerra americanos se aproximam do território venezuelano, o governo brasileiro prefere não tomar partido, abandonando a Venezuela e seu povo à própria sorte. O governo Lula tem a ilusão de que, ao se calar diante da agressão à Venezuela, não será agredido pelo imperialismo.
Trata-se do exato oposto. As ameaças contra a Venezuela são ameaças contra toda a América Latina.





