Governo Lula

Sidônio Palmeira é mais um tarado por censura

Novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República defendeu o PL das "Fake News" em sua posse

Ainda que a comunicação da presidência da República fosse, de fato, muito ruim, o seu comandante, Paulo Pimenta (PT), acabou também servindo de bode expiatório para o fracasso da política econômica do governo Lula. Afinal, muitos apoiadores passaram a dizer que o governo estaria promovendo uma grande transformação na vida dos brasileiros, mas que essa transformação não era percebida por causa dos poucos esforços da Secretaria de Comunicação (Secom).

Passado metade do terceiro mandato de Lula, Pimenta caiu. Seu sucessor, Sidônio Palmeira, tomou posse nessa terça-feira (14).

Pegando carona nos críticos de Pimenta, Palmeira afirmou que a população não conseguia ver as virtudes do governo.

“Temos um presidente que recebeu um país destruído e desmoralizado para governar. Em apenas dois anos, o seu governo arrumou a casa, melhorou os indicadores econômicos, de justiça social e de combate à pobreza”, afirmou.

No entanto, em vez de defender uma política de comunicação efetiva, que envolvesse uma iniciativa agressiva nas redes sociais, uma comunicação direta entre o presidente Lula e a população e um enfrentamento com o programa político da direita e dos bolsonaristas, Palmeira elegeu como grande prioridade o famigerado “combate às fake news”.

“A mentira nos ambientes digitais, fomentada pela extrema direita, cria uma cortina de fumaça na vida real, manipula pessoas inocentes e ameaça a humanidade”, disse ele, somando-se à campanha histérica promovida pela rede Globo e pelos grandes monopólios que querem amordaçar a Internet.

O novo ministro, então, prosseguiu, criticando a mudança de diretriz da Meta. “Medidas como as anunciadas recentemente pela Meta são ruins, porque afrontam os direitos fundamentais e a soberania nacional, promovendo um faroeste digital”, afirmou.

As medidas anunciadas pela Meta, no entanto, vão no sentido oposto. O seu dono, Mark Zuckerberg, decidiu remover o mecanismo de “checagem de fatos”, o que reduzirá a censura sobre os usuários, uma vez que a plataforma não irá mais determinar o que seria verdade ou não. Em vez de afrontar direitos fundamentais, a medida irá, na verdade, favorecer a liberdade de expressão, que é um direito fundamental. Da mesma forma, favorece a soberania nacional, uma vez que a “checagem de fatos” permitia a uma empresa estrangeira censurar usuários brasileiros.

Sidônio Palmeira não é apenas um admirador da censura no sentido ideológico. Do ponto de vista da política imediata, ele está diretamente alinhado com a burguesia para a promoção da censura total nas redes sociais. Segundo artigo do Brasil 247, Sidônio Palmeira afirmou que um projeto de lei sobre “fake news” “vai andar”. Ele também teria afirmado que se reunirá com lideranças do Congresso Nacional para agilizar a tramitação.

O PL das “Fake News” que tramitou no Congresso Nacional era tão impopular que acabou sendo arquivado. Apesar de muita pressão feita pela rede Globo, o projeto causou uma crise entre os parlamentares, de modo que seu relator, Orlando Silva (PCdoB), desistiu de colocá-lo para votação.

Uma vez tendo fracassado no Congresso, o projeto de censura foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), corte na qual vão parar todos os projetos que a burguesia não consegue impor aos parlamentares. Agora, como um garoto de recados dos grandes censores do mundo, Palmeira promete fazer um esforço para que o tema seja votado na Casa onde já foi rejeitado.

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